terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quando é a hora de mudar?

Já faz algum tempo que ando pensando nisso: quando é a hora de mudar o filho de escola? E quando a escola não atende mais às suas expectativas pode não estar atendendo às do seu filho?

Já tem quase um ano que sinto meu coração balançar. No final do ano passado, a escola passou por sérios problemas administrativos - tanto que isto afetou inclusive a saúde da dona da escola, que teve um piripaque e foi parar no hospital. Nós, pais, não fomos comunicados de nada e eu só soube do ocorrido em janeiro, quando fui pagar a mensalidade pessoalmente. No entanto, e apesar de não ter sido formalmente comunicada, percebíamos que algo estava acontecendo porque todo dia perguntavam se algo não tinha ido na mochila do Arthur ou algo que não era dele aparecia como casacos e roupas números infinitamente maiores que o meu filho usava ou usaria. Enfim, a baderna interna estava balançando até a rotina da escola.

Além disso, em questão de meses uma professora foi contratada para cuidar da turma do meu filho e foi demitida (ou pediu para sair, não sei). Aquilo me incomodava e me incomodava mais ainda a falta de diálogo entre escola e pais.

O ano acabou, meu filho entrou de férias e em janeiro soube da doença da dona da escola (mas somente disso, as outras questões ficaram por baixo dos panos). Ao longo dos meses, notei que a escola tinha reduzido as turmas e fechado as salas de ensino fundamental e estranhei, mas não questionei. Com a dona com a saúde altamente debilitada, imaginei que esta teria sido a causa.

Este ano, no meio do ano, precisei falar com a escola e por telefone nunca conseguia. Algumas vezes questionei (por semanas diversas com bastante tempo entre elas) e a resposta era sempre a mesma: o telefone está quebrado. Comecei a me injuriar e, principalmente, desconfiar de que as finanças da escola não vão bem a ponto de não pagarem a conta do telefone.

Um dia fui buscar o Arthur na escola e a dona me chamou a atenção devido ao atraso do pai em buscar o Arthur naquela semana (fato que em um ano e meio tinha acontecido 3 vezes), ultrapassando alguns minutos das 19h - horário de fechamento da escola. Me desculpei (principalmente porque os atrasos foram porque o pai dormiu e perdeu a hora - sério!) e prometi que o ocorrido não ia mais acontecer. Mas fiquei extremamente injuriada com o fato porque naquela mesma semana tinha tentado telefonar na escola e não tinha conseguido falar porque o telefone estava quebrado (há semanas, aliás). E mandei um email para a escola, já que por telefone eu não tinha mais uma vez conseguido falar e desabafei falando, principalmente, da falta de diálogo entre a escola e os pais. Ela nunca me respondeu ao email. E meu descontentamento cresce.

Há algumas semanas atrás recebi a circular da rematrícula cobrando mais da metade da mensalidade de taxa e, pior, prometendo reajuste de 12%! Chamei as mães no Facebook questionando sobre a continuidade dos filhos na escola para tentar reduzir este reajuste bem maior que a inflação, mas uma das mães se mostrou tão descontente quanto eu e pretende tirar os filhos da escola. Eu, que também ando descontente, resolvi procurar outras escolas porque acho sinceramente que chegou a hora de mudar.

Arthur é enturmado e não tem problemas para se adaptar depois de 10 ou 15 minutos de interação, então acho que vale a pena pesquisar e buscar alternativas que mais me satisfaçam que aborreçam.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sobre o acampadentro da escola

Estou devendo posts, é verdade, mas tá osso. Então vamos lá falar sobre o acampadentro da escola.

Fiquei, até o último minuto, na dúvida. Mas mesmo assim enviei o menino de mala e cuia. Ele me dizia que não queria dormir na escola. O marido, se eu não tivesse ligado às 17h da sexta-feira, tinha ido buscar a criança na escola normalmente e pronto. Ele, apesar de achar legal, ainda não tinha concordado plenamente com a questão. Eu, apesar de receosa, achei que seria interessante tentar e insisti. Ele concordou.

Cheguei em casa e aproveitamos para sair - e aproveitar que estávamos sós. Fomos a um restaurante, pegamos fila sem estresse, sentamos calmamente, bebemos, conversamos, comemos e fomos para casa. Eu fiquei apreensiva a noite toda achando que iam me ligar da escola. 

Olhava no celular o tempo todo para checar se tinha sinal e, no fundo, a espera de uma ligação dizendo: Mãe, seu filho quer/precisa de você. Eu sabia que ele ia dormir a noite toda na escola sem problema nenhum, mas no fundo esperava que alguém me ligasse.

De manhã, na agenda, escrevi algo como: Tia Fabi, o Arthur não tem manhas para dormir, no entanto se o ambiente estiver muito agitado ele só vai dormir se estiver EXAUSTO. Ele dificilmente vai deitar e dormir se tiver criança fazendo bagunça. Quando ele não aguentar mais ele irá pedir os nanás, a chupeta e colo e vai dormir em segundos de cansaço no colo de alguém. O Arthur não toma mamadeira em ambientes agitados, mas mesmo assim gostaria que oferecessem a mamadeira no horário de dormir e assim que ele acordasse (200 ml de água morna na medida que envio de leite em pó). Qualquer problema, basta me ligarem.

Eu dormi a noite inteira e o telefone não tocou. Eu acordei com o despertador às 7h20, tomei banho e fui buscar meu filho na escola no sábado de manhã. E encontrei meu menino alegre e saltitante na escola que pediu para tomar banho meia hora depois de ter chegado em casa.

No relato da escola estava lá escrito que ele participou de todas as atividades propostas e só dormiu lá pelas 11 da noite. Acordou às 6h e brincou um pouco com as crianças de manhã, mas não aceitou a mamadeira nem de noite e nem pela manhã apenas jantou bem e tomou seu café da manhã com suco em vez do leite.

No sábado, o menino estava tão cansado que dormiu antes do almoço e no final do dia - coisa rara por aqui, já que ele só dorme de tarde (embora seja um bom cochilo).

Questionado se ele tinha brincado muito na escola, a resposta do sem vergonha foi: Não, mãe, choveu!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Horário de verão

Já faz algum tempo que ando esperando pelo horário de verão. Por vários motivos: o primeiro de todos é porque eu gosto mesmo, A-D-O-R-O, afinal sou uma pessoa diurna e que se o dia tiver mais horas ainda melhor; segundo porque queria aproveitar com o Arthur algumas horas a mais de dia, então estava planejando buscar ele na escola e levá-lo a uma pracinha para brincar mais um pouco e terceiro porque até hoje não tinha conseguido arrumar o horário normal no meu rádio do carro, então com a volta do horário de verão eu estaria novamente com o relógio acertado (verdade verdadeira, acreditem!).

Acontece que eu que sempre bradei aos sete ventos que meu filho sempre se adaptou ao horário de verão no primeiro dia tive que pagar (feio!) a minha língua desta vez. Nos dois anos anteriores, ele nem sentiu. Mas desta vez deu um bailão para dormir de noite. Era quase meia noite e o menino estava lá, acordadão batendo papo no berço.

Dizem que o corpo demora 1 semana para se adaptar. Eu peço clemência e espero que três dias sejam suficientes.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fofurices dos 2 anos

Se existe idade mais contraditória que os 2 anos, eu desconheço. Arthur altera entre o menino mais fofo do planeta Terra e o menino mais difícil de lidar dos últimos tempos.

Vale dizer que depois dos últimos episódios de "regressão comportamental" (que escrevi aqui) no mês passado, Arthur tem se comportado muito bem.

Aliás, tenho notado até que ele tem se comportado melhor, como se tivesse crescido e passado a aceitar melhor as regras sociais estabelecidas. Ainda é uma criança, óbvio, corre, brinca, pula, grita, mas tem acalmado os ânimos de forma notável.

Além disso, os tais terrible two são acompanhados dos cute two porque eles estão crescendo e entendendo melhor as coisas, então meu menino faz as seguintes fofuras:

* pega seu cachorro de pelúcia, que o pai denomina como Akira - o mesmo nome da cachorra do padrinho - e faz ninar cantando nana-nenê acompanhado de bicho-papão. 

* imita o lobo mau e conta a maior parte das 3 histórinhas que eu repito ad infinitum para ele. Ele já sabe as historinhas quase inteiras.

* faz carinho e abraça e beija com o bico mais lindo do mundo. E ainda fala para o pai, quando ele faz a barba. "Papai fez baba, tá isinho." passando a mão no rosto do pai.

* Não deixa que fiquemos tristes. E sempre se preocupa quando vê na tevê/rua/livros alguém triste ou chorando.

* Fala tudo errado, mas mesmo assim a gente morre de amores. Principalmente quando ele fala: piamo. (tradução: te amo)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Que isso, mãe?

Eis que, de repente, o mundo se descortina para o meu filho. E ele começa a prestar atenção no que está ao seu redor e, inclusive, o que está passando na tevê. 

Ontem, o menino sapeca repetiu a pergunta quê isso, mãe? duas vezes. A primeira vez foi dirigido às duas berinjelas que estavam na pia. Que isso, mãe? perguntou o menino curioso. E eu respondi: berinjela. Ele não tentou repetir a palavra nem nada apenas acenou com positivo com a cabeça.

A outra vez perguntou o quê isso, mãe? quando na tevê passava a manifestação no Rio e em São Paulo sobre o aumento salarial dos professores e as confusões oriundas dos protestos. Eu me restringi a responder o que ele perguntou sem tentar formular pensamentos mil para explicar o que ele ainda não entende, então apenas disse: greve, manifestações. Desta vez, ele formulou qualquer coisa parecida no intuito de repetir a palavra manifestação e ficou prestando atenção ao que passava na tevê.

Aliás, já tem alguns dias que tenho reparado o quanto ele tem prestado atenção na televisão, que geralmente fica ligada na sala durante à noite. O marido adora assistir filmes, mas há alguns meses que tenho pedido que ele não se atente em filmes violentos enquanto o Arthur está na sala. Ultimamente, o interesse dele pelo que passa na telinha tem aumentado e eu ando pensando seriamente em retirar os programas jornalísticos da nossa programação. Eu, em primeiro lugar, já não faço questão mesmo e, em segundo, acho tudo o que passa totalmente condenável, enviesado e prejudicial a uma criança de dois anos, então tenho pensado seriamente em adotar os canais infantis como alternativa - aliás, alternativa nem sempre boa porque a quantidade de propaganda é avassaladora e totalmente prejudicial à criança, mas enquanto o Arthur não associa propaganda com consumo acho que dá para levar.

Tirando isso, tenho achado muito interessante a curiosidade dele pelo que está e acontece ao seu redor. Vou, inclusive, procurar estimular sua busca por coisas novas e vou inverter os papéis e passar a perguntar a ele o que são as coisas. Quem sabe assim não temos uma troca mais interessante sobre o mundo que nos cerca?

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acampar na escola: sim ou não?

Então chegou a circular do mês que vem da escola e lá vinha as informações sobre a comemoração do dia das crianças e o famigerado acampamento das crianças na escola.

A primeira coisa que eu pensei foi: ele vai e eu vou ter uma noite para curtir o meu marido! Egoísta mesmo, podem julgar. Em um primeiro momento, sequer pensei se ele ia gostar ou ficar bem. Mas este, claro, foi o pensamento seguinte. E confesso que me assolou. O assunto ficou martelando na minha cabeça e eu até perguntei se ele queria dormir na escola e ele respondeu que sim.

O prazo para responder para a escola era dia 24 e eu só fui verificar sobre o prazo dia 25 cedo. Então liguei na escola para sondar e, depois de falar com a dona da escola, ainda perguntei para as outras mães se as outras crianças também iam ficar para realmente ter o objetivo do acampamento: ele ficar com os colegas dele e se divertir até tarde e logo de manhã, quando eu irei buscá-lo.

Acredito que ele não vai ter problema para dormir na escola, já que ele fica na casa da avó quando eu vou viajar. Mas escrevo isso com o maior receio de pagar a minha língua, afinal ser mãe é receber muitos cuspes na testa.

Questionando o marido sobre isso, ele foi muito ponderado dizendo que acha que fazer isso é antecipar as coisas. E, como quase nunca, concordei com ele. Por que meu menino de 2 anos já tem que saber dormir sem os pais? Só aumentou meu dilema de mãe: deixar ou não deixar.

Quando conversei com as outras mães, algumas me sinalizaram que iam deixar porque ia ser divertido para as crianças. E então, sem ter certeza, autorizei através da circular da escola. Na mesma semana, teve reunião dos pais - mais para mostrar os trabalhos que as crianças estão desenvolvendo - e claro que esse assunto acabou rolando. Depois, a dona da escola veio dar um informe geral sobre a pousada e rolou um bate-papo sobre o assunto, que quase fez o marido mudar de ideia.

Eu só sei que autorizei, mas ainda não decidi sobre o fato. E acho mesmo que só vou decidir no dia, que está se aproximando. Na verdade, acho que vou deixá-lo porque um lado de mim acha lindo crianças independentes e que dormem fora de casa (lembro de quando fui para um acampamento aos 12 anos e tinham muitas crianças de 4, 5 anos e um menino que frequentava o acampamento desde os 3 anos) e vou torcer para que fique tudo bem e meu lado medroso e que concorda com o marido que é antecipar as coisas para ele, que só tem 2 anos e meio, perca feio mostrando que meu menino já sabe ficar sem a mamãe ou algum parente próximo.

Rezem por mim que depois eu mando notícias.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Calma interior

É uma semana de TPM. Devemos considerar. Tem um monte de coisa errada. Importante salientar. Fiz várias outras tarefas chatas. Vale dizer. 

O humor estava péssimo. Eu não queria nem que o dia tivesse começado, que dirá terminar ainda pior. 

E, então, fui buscar meu filho na escola, que saiu da sala gritando pelo papai, afinal é ele quem pega todo dia. Mas não era o papai e sim a mamãe.

E ele ficou ainda mais feliz. E veio pulando, gritando e saltitando. E nós chegamos em casa e jogamos bola na varanda. Eu tive toda a paciência do mundo. Dei banho. Troquei. Li 4 histórias para dormir (quando o rotineiro são 3). E me sentia, estranhamente, calma.

Obrigada filho! Você salvou o meu dia com seu sorriso, com sua alegria, com sua presença, com a sua inocência e com seu jeito. E eu fui dormir serena e feliz.