sexta-feira, 29 de junho de 2012

Semana atribulada

Esta semana foi corrida, atribulada e cheia de atividades.

Na terça-feira fui conhecer um berçário. O primeiro que visito. A vontade de colocar Arthur em um só cresce, mas foi duro ir lá. As crianças andantes, no caso onde meu filho se enquadra, não dormem em berços. Dormem em um cholchonete no chão da sala de atividades. Isso me incomodou MUITO. Além disso, o espaço me pareceu apertado - é uma casa, mas achei as salas pequenas para 12 crianças andantes ocuparem ao mesmo tempo (isso sem contar mais as 4 berçaristas que acompanham). A área externa é boa, mas fiquei só imaginando 12 crianças andando e correndo por ali (deu desespero!). Em suma, não gostei tanto assim do lugar. Mas ainda estou com vontade de procurar pelos outros locais que têm vaga perto de casa (que aliás são poucos). Minha mãe, que fica com ele, já está chorando só de pensar deixá-lo ir. Acho que vai ser a parte mais difícil de todo o processo.

Na quarta-feira foi dia de missa: 1 ano de falecimento da minha avó. Dia de rodízio e eu saí mais cedo do trabalho para ir na missa. Não chorei, se bem que já tinha chorado minhas saudades na noite anterior, mas achei que isso fosse acontecer. O Arthur queria tocar o terror na igreja. Andou de um lado para o outro - sem parar. E um senhor desconhecido veio mostrar a foto do neto, que tem semanas, só para dizer que achou a cara do Arthur. Mal sabe ele o quanto o Arthur já mudou em um ano. Por que todas as pessoas acham que seus bebês se parecem com o meu? Será que ele tem uma carinha muito comum?

Na quinta-feira foi dia da nutricionista. Longe pra caramba. Antes mesmo de ter qualquer retorno já me arrependi de ter aceitado a sugestão médica. Para voltar peguei um mega trânsito, que deixou o Arthur super irritado, chorando, bravo e com fome. Chorava ele, chorava eu. Ele se debatendo na cadeirinha e eu tentando dirigindo, distraí-lo e amenizar a distância e o sofrimento. Em vão. Quando ele começou a chorar desesperadamente, chorei também. Desespero total. E ele chegou na casa da avó cansado, com fome, irritado e, claro, não quis comer. Passou o dia danto trabalho e só foi jantar em casa, quase às 20h. Antes disso, resistiu a tudo e a todos. Deu a maior dó e o maior arrependimento do mundo. Para piorar, já vou ter que voltar na terça-feira. Para melhorar, ele não precisa ir. Mas já coloquei na cabeça: não dá para fazer consulta regular. A próxima consulta vai ser com outra profissional, mais perto e mais acessível. Ah, e que também aceite o meu plano de saúde. Grata.

Ainda bem que hoje é sexta-feira e a previsão do tempo é de sol e calor para o final de semana. A ideia é levar o Arthur para brincar em algum lugar aberto no sábado ou até mesmo para a área externa do prédio. Vamos aproveitar o sol para fazer fotossíntese.

E domingo vou no show da Marisa Monte. Entregarei o Arthur na avó e vou lá curtir meu primeiro programa de diversão sem filho. Vou sem culpa e louca para aproveitar!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Estou no facebook

Eu resisti o quanto pude a fazer uma conta no Facebook para o trabalho. Todo mundo falava, o chefe pedia e eu me fingia de morta e resistia. Afinal, era muito mais trabalho para mim. Mas então me cansei de tantas solicitações e resolvi fazer.

Mas aí descobri que não sei fazer aquela coisa do corporativo de fanpage e resolvi fazer um pro blog também e assim testava as funções e ia me aprofundando.

Então, se quiser, você também pode curtir o Meu Mundo de Mãe lá no Facebook. Aqui.

terça-feira, 26 de junho de 2012

E a médica ligou e eu cansei desta vida bandida

Finalmente. Apelar para um email super dramático na quinta-feira demorou, mas funcionou e ontem a endocrino me ligou. Depois de quase 30 dias com um exame alterado em mãos e um desespero silencioso sem fim.

E os exames que tinham dado algumas coisas alteradas não eram tão dramáticos quanto eu já tinha pensado. As recomendações, por deficiência de proteína, são aumentar a quantidade de proteína consumida (ovo 3 a 4 vezes por semana) e voltar a medicar com ferro (porque está normal, mas no normal baixo). Continuar com o Fortini e procurar uma nutricionista. E lá vamos nós para mais uma especialidade médica. (Já até marquei a consulta para quinta-feira.)

Na semana que vem temos consulta com o pediatra e já sei que ele vai indicar procurarmos um geneticista, mas esse especialista eu acho que vou rejeitar. Cansei de tanto médico, de tanto exame, de tanto fuça-fuça no meu menino.

Vou até um limite, mas já cheguei nele depois de tanta preocupação de início e tanto descaso em seguida sem retorno nenhum do tal do exame solicitado com tanta urgência. E eu fico aqui sofrendo para fazer o exame, sofrendo com ele durante o exame e me descabelando com resultados que não sei interpretar e ninguém dá suporte com a mesma urgência do início. Cansei mesmo. Vou na nutricionista, mas dependendo de como tudo se encaminhar eu não volto nunca mais.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

15 meses

No começo, os dias se arrastam e há muita dificuldade de adaptação, mas depois que as coisas entram no eixo parece que o tempo voa e rapidinho o filhote estava fazendo 1 ano.

Mas então ele completa 1 ano e novamente os dias se arrastam e demora mais 1 ano inteiro até que se complete mais um mês. Os últimos dois meses se arrastaram longamente. Não sei se são as angústias ou o quê, só sei que parecia que ele não ia nunca fazer 1 ano e 3 meses. Mas chegou junto com o dia de São João e um domingo lindo de sol em São Paulo.

Aproveitamos e fomos a um parque, que é relativamente perto de casa e bem menos movimentado do que o Ibirapuera, então não temos estresse para estacionar e por ser perto de casa não exige tanta logísitca.

Arthur queria pegar todas as galinhas e galos, todos os gatos e gansos, todos os animaiszinhos que cruzavam o caminho dele. E me diz como controlar a criatura que no alto dos seus 75 centímetros acha que pode ir onde quer? Pois bem, haja braço para carregar o Arthur, a bolsa e dar conta de umas subidinhas mais ou menos que tem lá, mas dei conta sobrevivi.

Arthur se jogou no tanque de areia e a mãe ficou lá só observando para segurar aquelas mãoszinhos danadas que óbvio foram cheias de areia para a boca . Foram só umas três vezes, mas que deu um desespero deu.

Mas ele amou e se divertiu horrores. Quis abraçar todas as crianças e foi muito obediente, coisa que ele não costuma ser. Aliás, até me obedece, mas ultimamente tem sido bastante manhoso. A cada não recebido desata num chororô danado até que cansa e parte para a próxima travessura.

Arthur também descobriu que com 15 meses pode deitar no chão e mais especificamente em cima dos brinquedos. Ele acha uma diversão. E eu, um perigo. Redundante? Mas ele também deita no chão e bate a cabeça bem devagarinho no chão e cai na risada. Ou então faz manha e, deitado no chão, fica com aquela cara de sapeca só me olhando.

Já domina a arte de andar, a de correr e a de dar ré para o desespero da mãe. Tem dormido muito bem, quer dizer, depois do último jogo do corinthians a coisa vai mal, mas estamos na torcida para que o bom senso dos torcedores prevaleça e eles parem de soltar tantos fogos noite e madrugada a dentro.

Diz mamã e neném com ênfases desesperadoras. É mais ou menos assim: mamã-mamã-mamã quando quer ajuda e o colo da mãe ou então neném-neném-neném-neném quando quer dizer que algo é dele ou que ele quer para ele.

É um beijoqueiro danado: beija brinquedos, coberta, plantinhas, fotos, espelho. Mas pessoas que é bom só na boca e de língua!

O 4º dente rasgou ontem. O outro canino. E ele vai ficar parecendo um vampiro quando o dente nascer porque nada de aparecer os incisivos superiores.

Resolveu que quer mesmo é se agarrar nas pernas da mãe, principalmente quando eu carrego bolsas, sacolas e afins ou estão lavando louça. É quase como uma contribuição à árdua tarefa já executada.

Seguimos esperando pelas próximas gracinhas até que os 16 meses se completem.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre livros e um site bacana

Sempre gostei de ler. Me lembro da fascinação que tinha pelas letras que, juntas, formavam palavras e frases e faziam todo sentido quando aprendi a ler. Lembro do orgulho que sentia de mim mesmo de conseguir ler.

Lembro, até hoje, de muitos livros que li e marcaram minha infância. Já até falei disso aqui, uma vez.

E tenho um sobrinho que, aos 7 anos, simplesmente ama ler. E, infelizmente, tem pais que não incentivam nem um pouquinho e isso me mata por dentro um bocado - até gostaria de dizer que mata só um pouquinho, mas isso me mata um montão. Dei, o ano passado, o Menino Maluquinho de natal e ele ama e sempre que vou lá ele pega um pouquinho o livro para me mostrar e costumamos também ler juntos a revista Recreio.E aí prometi que ia dar outro livro para ele e me peguei pensando, mas qual?

Disse que, desta vez, ia dar um livro com bastante letrinha, se ele topava ler. E ele todo feliz disse que sim. E, agora, estou na maior dúvida entre dar alguma coisa da minha escritora preferida no mundo, a Ana Maria Machado, ou algum livro que tenha o nome dele, que é João, no título.

E para a busca de livros legais acabei achando, sem querer, um site da Revista Crescer só sobre o tema. No site LIVROS PARA UMA CUCA BACANA você pode encontrar livros por título, por escritor e (o mais legal) por indicação de idade. O site também mostra lançamentos, vídeos, entrevistas e outras matérias sobre o universo mágico da literatura infanto-juvenil.

Nem preciso dizer o quanto amei o site, né? Principalmente porque me ajudou MUITO na ideia de procurar por livros que tenham o nome dele no título. E depois da busca, quando você escolhe um livro, você lê além das informações básicas de autor, ilustrador e editora, a recomendação de idade e os temas abordados no livro. Também tem uma sinopse e dá para fazer até comentários.

Enfim, achei o site super completinho e bacana. Eu, por exemplo, já salvei aqui nos meus favoritos e indico que você faça o mesmo.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre partos e o nascimento do Arthur

A blogosfera materna está falando esta semana sobre partos. No final de semana passado aconteceu a Marcha pelo parto em casa em várias cidades e embora eu não tenha participado e particularmente não concorde com o parto em casa para mim, defendo que as mulheres possam devam ter suas vontades respeitadas na hora de parir (e até na hora de nem gestar uma criança, mas isso é outro assunto).

O parto do Arthur foi normal e com anelgesia e episiotomia. Minha mãe teve 4 partos e 4 cesáreas. Eu sempre achei que ia fazer cesárea, mas assim que engravidei do Arthur naturalmente me veio a vontade de ter um parto normal. Ser paciente de um GO que realizava partos normais também foi meio caminho andado. Ter pavor de cirurgia foi a outra parte do caminho que faltava para que o  parto normal acontecesse.

Logo no começo das consultas sinalizei ao médico a vontade do parto normal e em momento algum fui questionada sobre o procedimento e nem sobre a vontade. Em momento algum ele me orientou pela cesárea ou indicou o procedimento cirúrgico.

Lembro que no final da gravidez, lá pelos 8 meses, gostava de brincar com ele nas consultas se ele iria viajar nos feriados ou se estaria na cidade para me atender, caso o trabalho de parto começasse. E sempre com muita brincadeira e amizade ele me dizia que ainda era cedo e que dificilmente Arthur viria ao mundo naquele feriado.

Até que a bolsa estorou às 2 da madrugada do dia 24 de março. Pegamos as malas, e todas as coisas e nos dirigimos imediatamente para a maternidade escolhida. Cheguei lá e fui examinada e o médico avisado sobre a bolda rota, os 3 centímetros de dilatação e o meu estado geral assim como o do bebê, que passou a ser monitorado pelo cardiotoco.

Subimos para a sala de parto. Continuamos monitorados e tudo bem. Subi de cadeira de rodas, deitei na cama e lá ficamos esperando as horas passarem. Cochilávamos, conversávamos até que a dor passou a ser intensa. A cada hora, mais ou menos, vinham checar minha dilatação. Estava com soro na veia e em jejum, mas com o aumento das dores me indicaram ir para a banheira, pois diminuía a dor e acelerava o processo de parto. Aceitei a sugestão e lá fui eu para a banheira e foi um bálsamo para a dor. Saí da banheira uma hora depois, o dia já estava claro e o médico havia chegado, mas as dores se intensificaram terrivelmente e pedi anestesia.

À espera de um milagre: monitorada e esperando pela hora certa
Não me sinto menos mãe, menos mulher, menos nada. Sou fraca e não aguento dor, não nasci para isso e achei que aquele momento tinha quer calmo e sem dor. Depois da anestesia e podendo raciocinar o médico me informou sobre os procedimentos todos: episiotomia se necessário para que o bebê pudesse sair com mais tranquilidade e fórceps somente se muito necessário, mas que geralmente ele não utilizava. Disse também que usaria a ocitocina (hormônio usado para acelerar o processo de parto e, segundo o médico, manter as contrações e a dilatação após a anestesia, que desacelera o processo). Aceitei e ele me disse ainda que usaria o mínimo possível e, se necessário, aumentaria a dose. 

Conversas de erro médico invadiram o quarto, que parecia mais uma sala de estar com todos (médico, assistente, anestesista, mãe e pai) conversando discontraídamente. Até que, às 9h10, o médico foi me examinar e disse: "vamos ver se você já chegou aos 8 centímetros." Brincando respondi: "Ah doutor, já vou estar com 10." E quando ele foi me examinar a surpresa foi tanta que os cabelos do Arthur já podiam ser vistos e em 5 minutos houve uma revolução no quarto.

Equipamentos foram tirado dos armários, médicos saíram rapidamente e voltavam paramentados, enfermeiras entraram e tudo começou a acontecer. Três contrações depois o Arthur nasceu. Foi tão rápido que não deu tempo nem do marido ver o Arthur nascer. Quando ele perguntou se o pai queria ver e o pai mudou de lugar, o menino nasceu. Mas antes mesmo do pai conseguir mudar o campo de visão, o Arthur já chorava.

Nascendo

Nascido: do útero para o colo

O fórceps não foi necessário, mas a episiotomia aconteceu. Estava anestesiada e não senti. Tudo correu tão bem que não me importei. Não considero a episiotomia uma violência, pelo menos neste caso. Considero-a sim um procedimento - ora necessária ora não, mas como não tenho os conhecimentos suficientes para avaliar o quadro entendo que o médico tem aval para decidir. Claro que esta "ignorância" (a minha e a da maioria das parturientes deste Brasil das cesáreas) abre precedentes perigosos e permite que muitas cesáreas sejam realizadas sem necessidade. E é este o tema e o ponto a ser tratado: até quando o Estado vai permitir que esta ignorância seja mantida e que os níveis de cesárea sejam tão altos no País? Até quando as mulheres estarão a mercê do sistema, dos médicos, dos imposição da sociedade, etc?
Primeira foto em família

Para ler mais, saber mais, se informar mais, indico:
O Mamatraca desta semana fala sobre partos, assista aqui.
O blog Constance Zahn também falou do assunto aqui.
O SuperDuper fez dois posts ótimos aqui e aqui.
O blog Projetinho de Vida também falou disso aqui.

Tem mais
Dando um google para achar números para checar sobre minha hipótese de que o parto normal é muito maior na rede privada do que na rede pública (vide fatos narrados de suas próprias histórias por amigas e pessoas próximas) achei três links interessantes: uma pesquisa, uma matéria em um blog de saúde e um site sobre o assunto. Vale a pena conferir!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O quarto do Arthur

A amiga e jornalista Isis Nóbile Diniz está com um blog novo sobre decoração, o É de casa. E acabou pedindo para escrever sobre o quarto do Arthur. E eu concordei.

E aí ela publicou um post super fofo sobre a decoração do quarto dele. Eu, relapsa que sou, fiquei de mandar mais fotos para ela e não mandei. Eu, enrolada que sou, fiquei de mandar o valor da "reforma", que na verdade foi só o custo de 3 latas pequenas de tintas e uns rolos de fita crepe e não mandei.

Apesar de eu ter sido toda relapsa, ela fez um post todo fofo. Quer ver? Então, entra aqui.

Amiga, publicamente, te peço desculpa pela falta de envio nas outras informações e agradeço o post fofo, viu? Obrigada e desculpa, tá?

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Valendo!

Hoje começa a votação para o melhor post do mundo. Republiquei-o aqui. E você, caro amigo leitor, pode votar no post aqui.

Eu e o Arthur agradecemos muito.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Amar acima de todas as coisas, inclusive na hora de dormir

Criança, na minha opinião, precisa ser amada e amparada. Isto, pra mim, é respeitar e acima de tudo confortar um serzinho que ainda não entende muitas coisas deste mundão e de si mesmo. 

Mas não estou falando em mimar e nem passar a mão na cabeça. Estou falando em atenção e cuidado. Afinal, o bebê e/ou a criança nem sempre sabem comunicar seu desconforto de outra forma que não seja chorando. Deixar uma criança/bebê chorar é como abandoná-lo, negar seu sofrimento e, pior, ignorá-la.

Por isso, nunca deixei o Arthur chorar exaustivamente. Não acho correto deixar uma criança chorando até cansar seja lá qual for o motivo: sono, fome, cansaço, irritação, etc. E isso, para mim, tem haver com amor. 

Mas tenho um marido que não pensa da mesma forma e isso tem haver com a sua criação de pouco amor, carinho, afeto e atenção e, por isso, divergimos tanto na forma de criação do nosso pequeno. E tento, o tempo todo, conciliar nossas visões de mundo o máximo possível. Mas nem sempre eu consigo.

Um dos problemas principais de nossa discórdia, por exemplo, é a hora e a forma de dormir. Desde que nasceu, o Arthur é ninado. Por um bom tempo, ele dormia no peito e depois era colocado na cama e dormia a noite toda ou acordava alguma vezes, era novamente ninado e voltava a dormir. Depois Arthur passou a não mais dormir no peito, se negava, então passou a ser ninado. Isto foi apenas uma fase curta e logo voltou a dormir mamando. Nunca foi um problema para mim e nem para o Arthur e como não atingia diretamente o pai, ele nunca disse nada. Mas em janeiro Arthur foi desmamado e eu comecei a pensar colocar em prática algo que já acreditava: que ele tinha que aprender a dormir sozinho em seu próprio berço. Como o desmame desordenou um pouco o sono dele eu adiei o quanto pude as tentativas de ensiná-lo a dormir no berço, mas eu mesma me dei um basta (da situação e das reclamações e críticas do marido que eram cada vez mais frequentes e enfáticas sobre o fato de niná-lo).

Já era março e Arthur ia fazer 1 ano. Então parei de adiar. E comecei a levá-lo para o berço. Era eu e ele no quarto escuro. E o berço. No começo foi uma luta. Pedia incontáveis vezes para ele deitar porque era hora de dormir. Cantava, fazia cafuné, dava batidinhas no bumbum, embalava quando ele pedia colo. Enfim, fazia de um tudo. Às vezes era muito rápido para ele adormecer, às vezes demorava mais de uma hora. Não tinha regra, não tinha padrão. Cada noite era uma noite.

Algumas vezes, cantar o acalmava. Em outras, cantar o agitava. Mas ele nunca reclamou de ir para o quarto e nem nunca chorou exaustivamente. Se chorava, dava colo, amor, carinho e consolo. Depois de um tempo, é lindo ver como ele se adaptou. Chega até a pedir para ir para o berço. Mas nem sempre a tarefa é fácil. Ainda há dias que ele resiste em ir dormir e em outros é questão de minutos.

E, por um tempo, as críticas maridísticas cessaram. Mas foi por pouco tempo. Como contei aqui outro dia, estava contando com a ajuda dele para colocar Arthur na cama e estava sendo ótimo: tempo para mim e, principalmente, tempo para eles. Mas foi só elogiar. Semana passada, em um dia dele, Arthur estava especialmente difícil. E então ele, que não tem tato e nem paciência, resolveu adotar a tática do: deixa chorar que uma hora ele dorme. Mas eu não aguentei. Ouvir o Arthur chorar desesperadamente era demais para mim. Entrei uma vez no quarto, dei algumas dicas, e saí. Fui lavar a louça e a criança continuava chorando copiosamente. Passaram-se 10 minutos, 12, 15, sei lá direito quantos. Mas assim que terminei a tarefa, me intrometi.

Entrei de novo no quarto e disse que se fosse para fazer daquele jeito eu dispensava a ajuda. Que daquele jeito não dava. Ele se doeu (porque claro que como ser humano não gosta de ser criticado) e saiu. Peguei Arthur no colo, limpei suas lágrimas, o acalmei e o aconcheguei. E não deu 10 minutos e ele estava dormindo.

Saí do quarto muito brava, finalizei algumas coisas e fui deitar. Muito calmamente disse apenas que daquele jeito não era certo e ele, cheio de sua razão, me disse que o Arthur era muito mimado e mal acostumado. Eu não retruquei e nem comprei a briga, simplesmente fui deitar.

Para mim é inconcebível deixá-lo chorando para dormir. Para mim é inadmissível fazer isso com ele. Não nego que seria excelente colocá-lo na cama, dar boa noite e sair sabendo que ele vai adormecer e acordar somente no dia seguinte, mas essa não é a realidade.

Ao longo destes meses, deixe de cantar porque não é mais necessário. Deixei de ninar porque não é mais necessário. Deixei de dar tapinhas no bumbum porque não é mais necessário. Não preciso mais pedir mil vezes para ele deitar que é hora de dormir. Ele já sabe quando é a hora de dormir ao começarmos o ritual de trocar a fralda e colocar o pijama. Então, precisa só de um cafuné. Nem mais colo para acalmar ele quer. Assim que vai para o berço se recusa a ir para o colo e isso, pra mim, já é um grande avanço. Ele ama o berço dele e eu comemoro a conquista apesar de ficar muito chateada ao ver mais uma vez que o pai não tem a paciência e nem o tato necessário para tal e, pior, acredita piamente que deixar o Arthur chorando vai resolver as manhas dele.

Me entristeço, mas não desisto. Um dia ainda mostro para ele que tudo a gente conquista com jeito, tempo e, acima de todas as coisas, amor.

terça-feira, 5 de junho de 2012

[Reblogando] Missiva

Este post é candidato ao concurso “O melhor post do mundo da Limetree

Arthur,
Hoje é dia 27 de junho e sua bisa foi embora - o que me deixou MUITO triste. Todos me consolam dizendo: "Ah, pelo menos ela conheceu  Arthur." E embora isso realmente fosse um alento para mim já que ela desejava tanto te conhecer - tanto que até queria que você nascesse antes do tempo - gostaria do fundo do meu coração que você tivesse sido capaz de conhecê-la para poder sentir, ou melhor, entender e perceber o amor que ela tinha por você.

Da última vez em que ela esteve internada, nós fomos visitá-la, mas eu não deixei você entrar na emergência e você me esperou com o seu pai do lado de fora. Ela fez questão de que a enfermeira fosse até você só para conhecê-lo e então declarou a mim todo o amor que sentia por você.

Declarar o amor que ela tinha por você era quase redundante e nunca foi necessário, afinal todo este amor era notável, pois quando ela te via a vida dela ficava muito melhor e mais colorida, mas foi realmente emocionante vê-la dizer que te amava muito. Mas você ainda é bem inocente e não entende nada. Só tem 3 meses e sua bisa foi embora. E o que nesta vida me consola é que eu tirei muitas fotos para te mostrar como era grande o amor dela por você e, principalmente, por saber que mesmo que você não se lembre dela, ela NUNCA vai esquecer de você.

Post publicado em 11 de julho de 2011




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