sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Dormindo na casa do amiguinho

E esse dia, finalmente, chegou! Há tempos ele me cobra, há tempos ele quer, há tempo os amigos ensaiam. Há tempos, eu resisto.

Até sexta-feira passada, quando a mãe do amigo dele me enviou uma mensagem no meio do dia, convidando-o. Eu me dividi: deixar porque ele quer ou adiar um pouco mais?

É fato que ele dorme fora de casa e sem mim há muito tempo: desde que ele tinha 1 ano e meio. Agora em agosto, inclusive, fez 3 anos que ele ficou sem mim pela primeira vez, quando fui viajar a trabalho sem ele. Mas sempre na casa da avó, que ele frequenta desde que nasceu. Tudo bem que ele já dormiu duas vezes na escola, mas é um lugar que ele frequenta e fica mais do que em casa.

Coincidentemente, uns dias antes havia comentado com ele que estava chegando a noitada da escola - que é em outubro - e ele estava todo animado com a notícia de dormir (de novo) na escola, com os amigos.

Ele nem liga de ficar sem mim. Ele não se importa de dormir fora de casa. Eu estava reticente porque ele estava com tosse e tinha tossido as noites passadas inteiras. Mas concordei, condicionando apenas a ver como ele estava da gripe e da tosse no final do dia.

Quando cheguei na escola, ele estava choroso porque um amigo tinha acabado de machucar ele (rendeu até um roxo no rosto, depois). Mas, assim que ele me viu, ele veio correndo me pedindo pra dormir na casa do amigo. Cedi. Concordei. E de lá mesmo ele saiu sem mim, em outro carro, com o destino da casa do amigo. Eu fui para casa buscar as coisas dele. Ele feliz, eu, em pedaços chorando pelo meu menino que cresceu e é independente. 

Eu pensando em quanto é dicotômico ser mãe. Ao mesmo tempo que eu estava feliz e morrendo de orgulho da independência dele, me senti preterida, sofrida e abandonada. Em plena sexta-feira, eu me senti dispensada pelo meu próprio filho. Tá, exagero meu, mas foi estranho. Lágrimas correram (poucas é verdade, mas rolou) enquanto voltava para casa para pegar as coisas dele e deixar na casa do amigo. 

Estava meio perdida, sem saber direito o que pegar. Perdida a ponto de esquecer a mamadeira e o leite (que ele toma de soja). Tive que voltar em casa, pegar mamadeira e leite, e voltar lá. Perdida a ponto de desperdiçar a sexta-feira sozinha ficando em casa, sozinha, assistindo um filme e comendo brigadeiro de colher. Não aproveitei nem para sair sem filho, que é tão bom.

No final, ele passou a noite bem. E eu também. E, de manhã, nos reencontramos para que ele fosse cortar o cabelo. E, em mim, só restou o orgulho de ver o quanto meu menino é feliz e independente. A partir de agora, estas atividades não serão mais um bicho de sete cabeças nem para ele e nem para mim!

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