terça-feira, 10 de novembro de 2015

Novas decisões

Então, o tempo passou. 1 ano de separada se foi. Se no início de outubro eu queria escrever sobre o tema, desabafar, colocar para fora, no final do outubro - quando completou boda do meu pedido de divórcio - eu desencanei e nem queria mais tratar do assunto e assim foi. Deixei o assunto ir embora.

Aos poucos, meu menino tem se acostumado. Diminuiu de falar e perguntar do pai, de relatar os fatos, de questionar a situação. O pai continua ausente e eu continuo sendo a responsável por manter o contato entre os dois. Até hoje, sempre que ele pergunta do pai ou pede por ele, incentivo que ligue, que fale, que converse, que tente uma aproximação. Até abril levei ele na casa do pai apesar de tudo, depois - ao ser destratada por ele - parei e há poucos meses havia voltado a levar - já que era o jeito possível de fazer os dois se encontrarem.

No entanto, os últimos contatos mostraram que se por um lado confortei meu filho com essa decisão e atitude, por outro acostumei o genitor a não ir vê-lo e esperar pela minha ação (como sempre, aliás). Nos últimos contatos, portanto, tenho evitado levá-lo e obrigar ao menos que ele vá ao encontro da criança, mas não tem dado certo. 

Há 3 semanas foi a última vez que ele viu a criança, que estava doente pedindo pelo pai, que de tarde ainda insistiu que eu levasse a criança (doente e vomitando) até ele, mas com a criança dormindo, não fui. Desta vez, ele passou em casa, brincou meia hora e foi embora causando choradeira e tristeza no Arthur, que não queria que o pai e o irmão fossem embora da casa dele.

Depois, nas outras duas tentativas, ele prometeu ir outro dia e não apareceu. E se assim é, assim será. Diante desta situação que não ajuda, não me agrada e não me interessa manter, eu evitarei o contato para não evitar o sofrimento e a espera do Arthur por algo que não vai acontecer.

Uma das vezes, mesmo ele estando "na rua" insistiu que eu levasse a criança até ele e bati o pé e não fui. Se ele não pode, eu não posso. Chega! Ainda assim, ele prometeu uma visita para dois dias adiante e, pela tarde, me ligou avisando que não ia. Fiz questão de pedir que ele ligasse mais tarde para avisar à criança porque eu não seria a portadora da notícia ruim. Ele não ligou. Por sorte, quando cheguei na escola, o Arthur já estava dormindo e dormiu até o dia seguinte. Na semana passada, ele pediu que o pai fosse buscá-lo na escola. Mais uma vez ele tinha outro compromisso, não podia, não foi e prometeu visita para sábado. Mais uma vez ele não foi e nem ligou. Não sei se, de alguma maneira, Arthur espera por ele. Pelo menos destas duas vezes, ele não perguntou e nem pediu pelo pai na data prometida.

Por sorte da vida e dos acontecimentos, os dias de espera tem sido cheios de atividades fazendo com que meu menino esteja mais ocupado com a sua vida que vive do que com a vida que, aos poucos, tem morrido. Judicialmente, não resolvemos nada. Ele não apareceu na audiência e o Ministério Público quem tem tomado as decisões à revelia e conhecimento dele, o que não ajuda em nada e não resolve de vez a questão.

Depois de um feriado tranquilo no início do mês, eu pensei muito o que faria daqui em diante, afinal a situação até hoje está bastante cômoda para ele e eu continuo com todas as obrigações. E se, por um lado eu já me acostumei, por outro eu tenho me sentido mais incomodada do que antes. Especialmente com os últimos acontecimentos relatados acima. 

Embora eu esteja preferindo adotar a postura de me distanciar e não mais incentivar e/ou estimular o contato entre pai e filho - diante das tratativas do pai, que foge à responsabilidade e é omisso e imprudente com a criança - também pensei muito em ser mais reativa às ações dele. Se até hoje me mantive o mais quieta possível, sem reagir às suas negativas, ultimamente minha vontade é gritar, xingar, chamá-lo de irresponsável, brigar e fazer com que ele entenda que esse comportamento dele me irrita, me faz odiá-lo, me enoja e faz eu só me arrepender de um dia ter me casado com ele e ter tido um filho com ele. 

Juro! Ando muito revoltada com o que ele tem feito ao meu filho e cansei de ser passiva com esta situação. Quero, mais do que nunca, tomar minha posição de ataque ou defesa, sei lá, mas tomar posição. Aliás, queria que esta atitude fosse não só minha, mas das outras pessoas que se incomodam com a forma como ele tem tratado o filho diante da separação. Queria que todos que o conhecem e não concordam manifestassem sua repulsa contra as atitudes dele, contra ele. Porque se mesmo assim ele não notasse o quão ruim é o que ele faz, eu pelo menos estaria vingada. Não por mim, mas pelo meu filho.