terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dilemas materno-trabalhistas

Porque quando falaram em realizar o Congresso no mês de março eu logo avisei: que não seja na semana do dia 24 que é aniversario do meu filho. Melhor teria sido se eu tivesse sugerido a data do dia 24. 

Assim vai ser. O aniversário de 4 anos dele eu vou passar longe, em outro estado, trabalhando muito. Longe por cerca de uma semana! De arrasar qualquer coração de mãe. De revoltar qualquer um que trabalhe mesmo gostando do que faz e mais ainda quando se está em estado de descontentamento profissional.

Eu tentei muito mudar de emprego e não ter que encarar a situação, mas esta alternativa foge do meu controle. Na atual situação financeira eu não posso me negar a ir. São 5 anos e meio de empresa, um conhecimento acumulado razoável, bastante experiência e muitas obrigações. Simplesmente não dá para reverter o quadro.

As reuniões preparatórias estão sendo constantes. Nelas, eu aproveito para avisar que dia 24 não vai ser fácil para mim. Para que me tolerem e respeitem naquele dia. Eu torço para que dê tudo certo. E para que ele possa curtir o dia com um parabéns na escola bem animado e contente já que nem um beijo eu vou poder dar e ainda nem sei ao certo como vamos comemorar depois já que a grana está curta e as datas enroladas, já que na semana seguinte é feriado e depois talvez fique longe demais. Antes já estarei viajando e não sei mais o que fazer. 

O fato é que ele pede a festa dele e já diz quem quer convidar. Só falta a mãe decidir e ficar em paz consigo mesmo para resolver e colocar tudo em ordem. Afinal, um dilema como esse merecia anos de terapia para ser resolvido!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Das tagarelices fofas ou Que vontade de morder!

Ele anda falando coisas que até Deus duvida. Desde expressões que os adultos que o cercam falam com frequência até coisas fofas. Nos últimos dias fui atacada por frases meigas e fofurices. Olha só:

Ontem

- Mãe, vem aqui no rasinho!
- Para quê, Arthur?
- Para eu te fazer um carinho.
E ficou fazendo carinho, dando abraço e beijinhos na parte rasa da piscina.

No sábado

Enquanto ele estava deitado no meu colo, recebendo cafuné e assistindo um desenho antes de dormir.
- Mãe, eu te amo.
CATAPLOFT!

Sexta-feira

- Mãe, se a gente sonhar mil vezes com a Akira ela vai voltar?
- Não filho. A Akira não vai voltar. (ela morreu em outubro)
- Hunf!
E se encolhe na cadeirinha do carro e faz cara de quem vai chorar.
- Que foi, filho?
- Eu estou com saudades da Akira.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Aprendiz de peixe

O ano passado, nas festas de final de ano, Arthur entrou em uma piscina funda (mesmo com vários adultos em volta) e acabou se afogando.

Eu, naquela altura, já estava com vontade de colocá-lo na natação e então na volta das férias procurei uma escola de natação e o matriculei. No entanto, o pequeno afogamento causou trauma no pequeno, que depois do fato passou a perguntar frequentemente se a piscina era fundona ou rasinha. Ele, então, só sentia à vontade nas piscinas rasas.

Na praia, a piscina infantil é bem rasa mesmo, tem apenas 35 centímetros. O que é ótimo para você largar o filho sem se preocupar muito enquanto ele se refresca e se diverte em total segurança. Eis que toda e qualquer piscina funda ou mar era motivo de rejeição dele.

A natação virou tortura, pois a piscina funda metia medo e uma insegurança total. As poucas aulas que ele frequentou foram de total desespero para ele, dentro da água, e para mim, fora da água. Então, uma doença atrás da outra me fez cancelar e desistir da natação.

Este ano, ele deixou o medo de lado para brincar com as crianças que, na idade dele, brincavam na piscina funda na praia. Ele, então, aceitou usar as boias de braço, que antes tanto o metiam medo e insegurança e resolveu encarar a piscina funda. Afinal, melhor encarar o medo do que brincar sozinho.

Agora, ao que parece, ele perdeu o medo (embora entendesse que é preciso ter um adulto próximo e usar as boias para não se afogar). E, inclusive, tem se desafiado a ir além. Na piscina rasa do prédio em que moramos ele tem, inclusive, treinado uns mergulhos por livre e espontânea vontade. Tampa o nariz e se enfia embaixo da água. Uma graça de se ver. O fato gera, ao mesmo tempo, alívio e preocupação. Alívio porque ter filho traumatizado ninguém merece, mas preocupação porque agora ele pode achar que não ter medo significa poder encarar a água sem preocupação.

E, com a evolução dele, percebo que nem tudo é tão eterno para ele. Nem todo acidente e/ou "susto" vão provocar danos irreparáveis. Enquanto meu aprendiz de peixe se aventura na água e desafia os próprios limites, eu fico impressionada na capacidade dele em superar e me surpreender cada vez mais.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Das resoluções passadas e das novas

O ano passado eu escrevi aqui algumas resoluções para o ano que se iniciava. Hoje, olhando para elas, vi que mudei o percurso ao longo do trajeto e por muitos e diversos motivos.

Algumas coisas consegui cumprir, mas outras fiz questão de abandonar e outros tantos não consegui mesmo cumprir.

2014 foi não só o ano da minha separação, mas um ano difícil para caramba em todos os aspectos que uma vida de mãe pode ter. O trabalho estava ruim, o amor estava ruim, meu filho ficou doente para caramba. Teve dia de eu achar que nada definitivamente ia bem. Na verdade, 2013 já tinha acabado bem ruim, o que só contribuiu para 2014 ser um desastre total.

No entanto, 2015 começou bem. Comigo mais decidida, mais calma e com um montão de coisa mais resolvida. Só por isso, não tenho mais tantos desejos para 2015.

Quero viajar sozinha e com meu filho, quero um emprego novo (que ainda não consegui), quero estar mais próxima dos meus amigos, ler mais e fazer mais coisas que eu gosto assim como eu quis para 2014. No entanto, outras coisas não estão mais nos planos e não tenho pretensão de colocar nada no lugar. Quero um ano de paz. Já sei que vai ser um ano de MUITO trabalho, então (por enquanto) estou focada. Para este mês, quero focar na saúde e marcar diversos médicos. Por enquanto, esta é a meta. E que venha uma meta por mês.

Feliz 2015 e um ano de muitas coisas boas para todos!