quarta-feira, 30 de abril de 2014

O óbvio ululante

Ontem levei Arthur para cama no limite do horário. E nosso combinado é de que quando ele enrola para ir para a cama não ganha estória.

No entanto, ontem mesmo indo no limite do horário eu cedi ao pedido de uma estória. Achei que ele fosse pedir a estória da Cleo (a vaquinha de pano que dorme com ele e sobre a qual tenho inventado algumas histórias que unem o dia a dia dele com a amizade com a vaquinha e as vivências pela qual ele tem passado), mas me pediu a estória da Branca de Neve.

Comecei contar a estória e percebi que ele estava dormindo e então parei a estória, mas fiquei ali na calmaria e no escurinho do quarto dele pensando na vida, nas tarefas que não tinha realizado no dia e nas outras tantas que ainda teria para hoje. Depois de alguns minutos, ele se virou e disse:

- Você não vai terminar a estória?

Me desculpei e beijei o dizendo que achei que ele estava dormindo. Então, debruçada sobre ele, perguntei:

- Onde foi que eu parei mesmo?

E ele me respondeu, apontando para o canto da cama:

- Ali!

Rindo e beijando ainda mais, expliquei:

- Não filho, onde a história parou?

E ele me respondeu de forma bastante óbvia:

- Na sua boca.

Ri muito, beijei mais ainda e terminei a história de onde tinha parado, obviamente.

terça-feira, 29 de abril de 2014

De pediatra nova

Em fevereiro meu emprego mudou o plano de saúde. Antes disso, em novembro, o pediatra do Arthur deixou de atender o plano que tínhamos e só atenderia particular. 

Eu, a princípio, tinha combinado com ele que faríamos as consultas por reembolso. Mas quando o Arthur ficou doente em novembro ele não abriu nenhuma brecha na agenda. E nem em março. E eu comecei a questionar se valeria mesmo a pena continuar com ele.

Então quando ele ficou doente agora da ultima vez eu procurei a pediatra e endócrino que ele foi paciente algumas vezes. Eu gosto dela, mas odeio ter que cruzar a cidade para ser atendida por ela e pegar muito trânsito com o Arthur. Além disso, ela também não atende o plano novo.

Fui então a caça de uma pediatra do plano que fosse perto de casa e que fosse homeopata e atendesse minhas particularidades e exigências.

Ontem fomos na consulta com ela e escolhi uma mulher deliberadamente. Achei ela bem seca, mas menos radical que o antigo pediatra. Ela anotou um peso para o Arthur que não deve ser o real, mas pediu exame de urina e fezes. Além do que ela é homeopata e receitou um remédio para ser tomado para evitar a gripe e que darei de imediato e me disse que os pacientes todos dela tomam e não ficam gripados e nem tomam a vacina.

Não morri de amores como morro pela pediatra e endócrino do Arthur, mas não tenho que cruzar a cidade para ser atendida e conto com a colaboração de uma médica homeopata como quero para ele.

Seguirei com ela e veremos como será a próxima consulta com o resultado dos exames. Torcendo para que dê certo!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Meu menino de 3 anos

Meu menino de 3 anos:

- é tagarela
- inventa músicas
- dorme na própria cama (e nem precisei comprar a tal grade)
- já começou a fazer perguntas em sequência sem ter fim
- é engraçado e se mostra espirituoso e brincalhão
- ama bebês
- é muito arteiro e vira e mexe se machuca em alguma coisa
- questiona e desafia sempre
- é difícil de comer e não para sentado quase nunca
- aceita tratos, combinações e chantagens
- já sabe negociar, adiar e chantagear
- conta até 14 e continua contando, mas tudo errado
- mal completou 3 anos e já diz que vai fazer 4!








sexta-feira, 11 de abril de 2014

Do berço para a cama

Há algum tempo eu andava querendo colocar o Arthur para dormir na cama, mas o marido resistia com os mais diversos argumentos.

Eu queria ter transformado o berço dele em cama no exato dia do aniversário dele, mas o marido me enrolou e não mexeu no berço. (O berço dele virava mini-cama)

E eu já vinha falando pro Arthur que ele estava grande e que passaria a dormir em uma cama. E ele também estava contente de ser grande e ter uma cama.

Desde janeiro mais ou menos eu mantinha o berço dele com as grades abaixadas e como ao lado havia um baú ele conseguia entrar e sair do berço quando bem entendesse.

Nos primeiros dias da mudança ele veio parar na minha cama no meio da madrugada e eu comecei a ficar intrigada se ele faria isso sempre e voltei a fechar o berço. (Me julguem, mas minha noite bem dormida não tem preço e com filho que rola para cima de mim eu não durmo mesmo)

Depois, deixei aberto mesmo e ele deixou de vir mesmo quando acordava. E voltou a me chamar quando perdia a chupeta ou quando queria alguma coisa.

Minhas férias acabaram e nada do marido mudar o tal do berço como eu tinha pedido. Ele não argumentava mais contra, mas também não fazia nada a favor.

De uns dias para cá ele (o marido) estava mencionando que precisava comprar umas chaves novas para conseguir desmontar o berço. E antes de ontem comprou, mas tinha deixado no carro. Quando saímos deixei as tais chaves a vista e conseguimos lembrar de trazer para cima quando voltamos.

Eis que ontem chegamos em casa e o Arthur finalmente tinha uma cama. Embora eu quisesse fazer uma história com a tal transformação da cama não consegui porque cheguei aqui e só soube da cama quando vi.

Como eu vi a cama antes do Arthur, chamei o para ver a surpresa que tinha no quarto e logo de cara ele adorou e quis subir na cama e experimentar.

Fiquei feliz pelo marido ter finalmente cedido à cama e feliz porque meu menino também tinha gostado.

Quando chegou a hora de dormir, ele quis levar o canguru para dormir com ele e foi todo contente colocar o pijama na cama nova e dormir pela primeira vez por lá.

Ele gostou tanto que foi de primeira para a cama e até a mamadeira ele tomou lá! 

Mas passados uns 10 minutos na cama eles pediu para dormir na minha cama e pediu o berço dele de volta. Não sei se o que incomodou foi o fato de eu e atar sentada com ele na cama ou se ele estranhou a mudança total: cama, posição no quarto, etc. Mas ele insistiu que não me queria ali, me mandou para o meu quarto e como eu não fui ele se nadou para o meu.

A princípio eu insisti dizendo que quem ia dormir lá naquela cama era eu já que ele ia para a minha cama. E eu ainda deitei na cama dele e fiquei esperando ele voltar.

Estava quase adormecendo quando percebi que ele não voltaria mesmo e fiquei considerando a possibilidade de voltar atrás. 

Mas resolvi deixar isso para depois. Fui até a minha cama e me deitei ao lado dele esperando que dormisse. Quando ele dormiu fui tirar a roupa da secadora, dobrar o que não ia ser passado e colocar no cesto o que era de passar.

Fiquei um tempo no celular e na internet e resolvi deitar. Mas resolvi colocá-lo na cama como já fiz tantas vezes que ele dormiu na minha cama. 

Coloquei ele na cama dele com receio e ele resmungou alguma coisa que não deu para entender virou para o lado e dormiu.

Eu deitei apreensiva de que ele pudesse cair da cama, já que não tem grade e ele se mexe muito de noite! Mas a noite passou e ele não veio até a minha cama e nem caiu de lá. As 5h ele me ficou falando sozinho e procurando a chupeta. Fui até lá, encontrei a chupeta, coloquei na boca dele e imediatamente ele deitou de novo e voltou a dormir.

Enfim, primeira noite foi quase de sucesso total. Vamos ver o que acontece nos próximos dias.

Ah, todo mundo me disse para comprar a tal grade, mas como a primeira noite foi ok ainda vou esperar mais um pouco! 😜

terça-feira, 8 de abril de 2014

Por bem ou por mal: a fórmula mágica

Há muito tempo que lá em casa as coisas estavam muito ruins. Os tais terrible two que não tem fim e insistem em me deixar de presente um menino teimosão, que não quer se vestir, que não quer recolher brinquedo, que não quer entrar no banho ou não quer sair de lá, não quer sair de casa, não quer, não quer, não quer. Aliás quer, quer tudo, quer muito, mas só do jeito dele.

Então, um dia sem querer, descobri que se eu levasse ele por mal (ou seja, aos trancos e barrancos e chorando) ele logo se dispunha a ir por bem (sem drama, sem choro e com risadas). Então, peço ajuda dele para fazer as coisas ou dou uma ordem (trocar de roupa, vestir casaco, ir tomar banho, sair) e se sou ignorada, na mesma hora eu pergunto para ele: vai XXXX (seja lá o que for) por bem ou por mal? No começo, ele se dispunha logo, mas com o tempo ele aprendeu que se me ignorasse eu continuava lá igual uma idiota repetindo a pergunta como se não tivesse fim.

Então, a idiota achou que era demais e estabeleceu que ia perguntar três vezes. Quando ele me ignora, as três perguntas são sequenciais: vaiporbemouvaipormal-vaiporbemouvaipormal-vaiporbemouvaipormal? Quando ele argumenta, eu respiro fundo, conto até três em silêncio e pergunto de novo pelo mesmo número de vezes: - um - vai por bem ou vai por mal; dois - vai por bem ou vai por mal; pela última vez - vai por bem ou vai por mal.

Agora, se até a terceira for questionada ou ignorada, aviso logo que ele vai por mal e ele esperneia, chora, pede o chão e avisa que vai por bem. E VAI! Enxugando as lágrimas e rindo. Como se não tivesse disputado sua teimosia comigo. Eu fico P por ter que usar esta tática para conseguir as coisas, mas ao mesmo tempo me sinto vitoriosa de não ter que entrar mais em pé de guerra com ele e ficamos apenas neste quem manda mais.

Como eu sei quando as coisas funcionam com ele, às vezes, quando ele ainda não está totalmente irritado também já posso ir pedindo as coisas afirmando que ele vai me ajudar por bem. E tudo flui numa maravilha. Não podia ser sempre assim?

E aí, qual é a sua tática de paz?