sexta-feira, 28 de junho de 2013

E o vírus do pé-mão-boca pegou a gente

Na quarta-feira da semana passada o Arthur foi dormir antes das 20h30. E quando estava pegando no sono soltaram um rojão aqui perto. Xinguei, xinguei, xinguei e amaldiçoei as próximas 5 gerações do infeliz que fez meu filho acordar chorando e assustado.

Imagine se não foi uma noite daquelas em que ele acordou de 1 em 1 hora chorando muito e inconsolável. Amaldiçoei mais outras 5 gerações na manhã seguinte porque não tem coisa que mãe mais odeia no mundo que rojão depois que filho nasce (e o ódio vem geralmente ligado aos jogos de futebol porque por aqui é quando mais soltam esses terroristas de crianças em potencial).

E então fiquei um caco e rezei que na noite seguinte tudo fosse melhor. E não foi. O menino acordou de novo chorando várias vezes e dizendo ai, ai, ai. Já comecei a achar que não era mais só o rojão porque ele não é do tipo que se assusta dessa forma. Continuei praguejando contra o infeliz que soltou os fogos, mas comecei a ficar ressabiada.

A amiga do trabalho ficou dizendo aquelas coisas tradicionais interioranas que precisava benzer ele porque tinha "virado o buxo". E eu sem acreditar muito nesta crendice não sabia o que fazer e mais uma noite o chororô se repetiu e eu comecei a achar que era dor de ouvido. Ele chorava com dor, mas não conseguia me mostrar onde estava doendo e com viagem marcada para segunda-feira comecei a me preocupar.

Eis que sábado de manhã, depois do tetê, ele quis mexerica. Sentamos à mesa para comer. Ele me esperou impacientemente descascar e dar para ele. E no primeiro gomo ele cuspiu e chorou de dor. Ao colocar a língua para fora: tcha-ran, achei uma afta gigante na língua! E fiquei com medo que fosse algo sério.

Liguei pro marido para avisar que tinha encontrado o vilão das noites e levaria ele ao hospital. Fomos e lá descobrimos ser o tal vírus do pé-mão-boca que tinha lido outro dia em algum blog, mas que nunca tinha visto em nenhuma criança conhecida.

Medicado e observado, o menino só desenvolveu na língua mesmo várias aftas e machucadinhos. O febrão que dizem dar nesta doença não veio e apenas uma outra bolinha apareceu na mãe, que ele se encarregou de arrancar e ficou por isso mesmo. 

Na segunda fui viajar preocupada, mas fui e ele estava normal como sempre e na terça-feira, quando voltei, ele já estava bem de novo sem nenhum machucado na boca para meu alívio. 

E você, já ouviu falar dessa doença?

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Trolando a mãe em plena loja e mais

E então fomos à caça de um chapéu de festa junina.

No primeiro lugar que passei já estava fechado. No segundo, não tinha. No terceiro, assim que paramos ele me disse: Aqui tem!

Eu esperava que sim porque era minha última ideia de local que achei que poderia encontrar um chapéu de festa junina. E entramos na loja e começamos a rodar os corredores. E não achávamos até que ele fala:

- Olha mamãe, pú. (xampu).

Eu respondo dizendo que sim, que era xampu e perguntei: Como lava a cabeça, Arthur?

Ele me respondeu: - Vovó.

E eu perguntei se a avó era quem lavava a cabeça dele. E ele disse que sim. E como ele não toma mais banho na avó perguntei se a mamãe lavava a cabeça dele também e ele responde: Não, vovó!

A mulher que estava no corredor me olhou e caiu na risada.

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Continuo corrida, continua difícil. Viajei essa semana. Viajo semana que vem de novo. Ele tem formado frases e se esforçado para falar direito. Está manhoso, espoleta, arteiro, briguento e o mundo é dele. Sobreviveremos aos 2? Esperamos que sim. Entre ataques de fofura e de fúria vamos seguindo. 

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Hoje é dia de festa junina na escola dele e ele foi de chapéu e camisa xadrez. A vovó ainda vai pregar um retalho na calça dele e fazer bigodes antes de ir pra festinha. Ele ainda vai levar biribinhas (ainda chama isso assim?) para todos os amigos da escola além de um prato de doce e suco.Para ele que gosta pouco de bagunça vai ser um prato cheio!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

#PROTESTOMATERNO

Filho,

Há cerca de 10 dias o Brasil decidiu ir para as ruas e exigir mudanças. Os atos começaram com um movimento chamado PasseLivre, que a mamãe já conhece há uns 10 anos e que eu acho que começou em Florianópolis e está se espalhando pelas maiores cidades do Brasil após o aumento das passagens do transporte público.

Depois de alguns atos e passeatas, a violência policial reprimiu o movimento de forma muito agressiva e todas as pessoas resolveram que iam apoiar o movimento porque não era justo bater nas pessoas daquele jeito principalmente porque a reivindicação era justa. E então, a sociedade toda se juntou e foi para a rua com eles para apoiar os atos, engrossar a manifestação e mudar o Brasil.

E então filho, muitas cidades pararam. As marchas viraram notícia 24 horas por dia nas tevês e rádios, viraram capa de jornal e notícia nas revistas, viraram diversas brincadeiras e seriedades nas redes sociais e fez muita gente se manifestar.

No Brasil, Arthur, fazia muitos anos que as pessoas não protestavam de forma conjunta por um ideal e por um País melhor e isso foi muito lindo e deixou sua mãe muito feliz e orgulhosa e esperançosa de que seu futuro possa ser melhor. E então, o que era uma bandeira pelo transporte público mais barato virou diversas causas importantes para fazer do Brasil, o nosso país justo e igualitário. Um país sério e de verdade como eu sempre sonhei para mim e, agora e principalmente sonho para você.

No ato em que parou a cidade, noticiou-se 24 horas e foi sem violência e pouco vandalismo a mamãe queria ter participado, mas não consegui porque tenho você para cuidar, mas servi de apoio aos amigos que foram à manifestação para dizer que rota era melhor pegar, como ir, etc e tal.

E apesar de muita gente achar que esse movimento começou só por 20 centavos eu te digo: não foi! As pessoas foram para rua porque querem um Brasil melhor, porque não aceitaram os gastos abusivos com a Copa do Mundo que acontece o ano que vem, porque querem ser respeitados e cansaram de corrupção e impunidade. Os brasileiros cansaram de ficar parados esperando por um Governo que conserte tudo e resolva todos os problemas e exigem atenção e solução. Exigem discutir os gastos públicos, participarem ativamente da política para juntos construirmos um lugar melhor para viver, com saúde, educação, transporte de qualidade, investimentos públicos e não gastos em estádios superfaturados que não necessitavam de reforma ou construção. Queremos um país livre, democrático e justo.

Como eu sempre acreditei que o mundo pode ser melhor e tento, a meu modo, fazer desse mundo um lugar mais justo e igual para todos achei esse movimento lindo e histórico. E como você só tem 2 anos e não vai se lembrar disso assim como eu era muito pequena quando aconteceram as Diretas Já! e eu não lembro, torço que você possa colher bons frutos das manifestações que tem acontecido diariamente pelo Brasil assim como eu pude viver em uma democracia com escolha por voto secreto graças ao movimento das Diretas Já! e como também pude ver, embora lembre vagamente, o impeachment de um presidente que roubou o País e muita gente.

Brasileiros, estou orgulhosas de vocês e, mais que isso, agradecida pelo que tem feito mesmo que eu tenha participado remotamente eu quero dizer para vocês: Vão para as ruas! Continuem! Não desistam! Eu quero viver nesse país que está em revolução e em construção porque eu acredito que podemos transformar a sociedade. Em nome do meu filho eu agradeço ternamente: Obrigada!


terça-feira, 11 de junho de 2013

Diálogo de hoje: Meu filho viu o Bidu

Enquanto estava dirigindo, ele me chama:

- Mãe, olha, auau.

Dirigindo e sem poder olhar respondo:

- Você viu um auau, Arthur?

E ele respondeu:

- É.

Eu, puxando assunto e emendando uma coisa mais lúdica e didática com ele:

- E que cor era o auau, filho?

Até que ele me responde, na maior empolgação:

- Azul!

Achando engraçado e, ao mesmo tempo, impossível, questiono:

- Azul?

E ele assente.

- É!

Eu não vi aquele cachorro, mas devia ser o Bidu, né?