sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Como termina 2011?

E 2011 termina. Um ano tão contraditório que é difícil saber se foi bom ou ruim.

Definitivamente um ano de fortes emoções. Acho que é assim que posso definí-lo, se é que cabem definições neste ano.

2011 começou angustiado, me lembro, com a avó internada na UTI. 2011 termina angustiado, cheio de dúvidas, incertezas e indefinições que não imaginei que estariam rondando minha vida. Termina como começou.

Em 2011 não posso esquecer daquela alegria imensa que senti quando o Arthur nasceu. Não me esqueço daquela madrugada em que a bolsa rompeu e da manhã em que ele nasceu. A memória daquele dia ainda está muito viva na minha cabeça e no meu coração. Não quero esquecer.

Também não me esqueço da manhã em que o telefone tocou, no meio do ano, com a temida - e inevitável - notícia da morte da minha avó. Me lembro de ter desligado o celular ao dormir e de ter religado durante a madrugada. Até que às 7 da manhã ele tocou, com a lastimável notícia. Ainda me lembro do desespero que me acometeu. Preferia esquecer.

Me lembro da manhã em que peguei o carro e saí dirigindo, brava e irritada, mas cheia de coragem. Me lembro das manhãs seguintes que venci o medo de dirigir e continuei tentanto. Lembro de cada dia que tentei, vencendo o medo até o dia que arrisquei ir até o trabalho e me senti pra lá de vitoriosa, mas me perdi na volta.

Me lembro do final da tarde em que o Arthur engatinhou antes mesmo do Natal, data em que eu dizia que ele iria me presentear com uma engatinhada.

E assim se vai 2011. Com Arthur e sem avó. Dirigindo cada dia mais e vencendo a insegurança de dirigir, mas cheia das incertezas do amanhã. Começo 2012 cautelosa e esperando por má notícias - ruim começar um ano assim, mas não dá para fingir que está tudo bem. Sei que, no final, tudo pode e vai dar certo, mas prefiro não estar tão segura assim e esperar por dias melhores. Melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo como cantaria Jota Quest.

Então, que 2012 seja um ano melhor. Para tudo. Para todos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sem contagem regressiva

Eu sempre amei fazer aniversário. Sempre gostei de comemorar. Sempre quis fazer festinha - mesmo com baixa adesão dos convidades. Mas este ano eu quase desisti. Não fiz contagem regressiva, não planejei nada, não me animei e só resolvi comemorar para não deixar passar em branco.

Agora, penso, planejo e faço contagem regressiva para o aniversário do Arthur, mas quase me esqueci do meu. Parece até brincadeira, mas é a pura verdade.

Fiz até uma enquetezinha pelo facebook pra saber se comemorava - na verdade, para ver se o pessoal me empolgava de comemorar. Este ano, fiz uma lista de possível convidados e analisei quem mais provavelmente iria e isso me desanimou ainda mais de comemorar. Com mais de 30 amigos listados nem 10 compareceriam - isso contando a família, que já é grande e faz volume. Então, para quê comemorar? Uma das amigas está longe (em outro país), a outra amiga acho que não vai e uma terceira, que já nem apareceu o ano passado eu não conto para esse ano. Mas, surpreendentemente, as pessoas apoiaram a comemoração no face e eu resolvi fazer.

Pelo menos um bolo, eu pensei. Por mim. Só para não passar batido, vai. E não dizer que não chamei os amigos para comemorar. Mas em casa eu não tenho coragem de fazer porque sempre faz uma bagunça e depois com o Arthur arrumar a bagunça é mais difícil. Em um bar é complicado porque tem o Arthur, e ele sai da rotina, de casa e é complicado, mas é a melhor opção. Então resolvi fazer em um bar que é perto de casa, tem trocador, tem um sofá aconchegante e um ambiente que parece sala de estar. Levo o bolo, reúno uns poucos amigos e a família, apago as velinhas e não deixo passar em branco.

A terceira amiga, que nem foi o ano passado, até ligou cobrando uma comemoraçãozinha - fato que me deixou feliz e na expectativa de que este ano ela compareça. Outros amigos já confirmaram - gente que nem imaginava e gente que eu já contava, então acabei me animando. Hoje, encomendo o bolo, faço as unhas e me preparo para amanhã. Com o Arthur, os amigos e a família. Pelo menos assim, os 29 não passam em branco.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Uma semana cheia de aprendizados

A semana que passou foi cheia de aprendizados para o Arthur. Ele estava pra lá de danado e ver, a cada dia, uma nova conquista é uma delícia. Por essas e por outras acho que esta fase dele é a mais gostosa.

Tudo começou no domingo retrasado, quando comecei a brincar de indinho com ele. Ele achava graça, mas bastou algumas repetições para ele entender a brincadeira. Quando ele começava a "falar" eu batia na boquinha dele para fazer como um índiozinho mesmo. Ele achava graça e no final do dia já estava entendendo o espírito da brincadeira. Na segunda-feira era só bater a mão de leve na boca dele que ele já começava a emitir os sons para que a brincadeira fosse feita. Ríamos todos, ele, eu e quem mais estivesse em volta.

A vovó do Arthur costuma mandar beijinhos para ele e pedir outros de volta. E não é que sexta-feira de manhã, enquanto trocava a fralda, ele começou a mandar seus próprios beijinhos? A coisa mais linda. Já cheguei na minha mãe avisando: já viu ele mandar beijinhos? Então, se prepare porque ele está fazendo. A vovó só faltou se derreter inteira. Ficamos todos derretidos, né? E quando ele dispara mandando beijos, então.

E eis que no sábado ele começou a se sentar sozinho. Menos de 1 mês depois de conseguir se manter sozinho o danado conseguiu ficar sentado. Já era engraçadinho ver ele de sentado se abaixar e deitar para que conseguisse chegar em algum brinquedo - ele antes se jogava, mas depois de algumas choradas aprendeu que tinha que fazer devagar e com jeito - ver ele se levantar, então, é demais. Ele deita, vira, rola, se apoia no braço e faz uma força danada, mas consegue se erguer e sentar. Nem preciso dizer que ele está um perigo!!! Rola para todos os lados e o tapetão da sala ficou pequeno para tanta peripércia. A providência seguinte a de festejar e babar foi abaixar o berço!

Nem preciso dizer o quanto esta semana me deixou contente. Ver meu menino se desenvolver é mais que uma delícia, é especial. E seguimos babando, curtindo, ensinando e aprendendo com ele e no tempo dele!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Andador? Não, obrigada!

Agora que o Arthur está sentando sozinho todo mundo vira e mexe me pergunta quando eu vou comprar um andador - até o marido já disse que estava na hora de comprar um.

Mas acontece que eu sou contra. Mas nem sempre as pessoas acham que a sua opinião vale - mesmo que você seja a mãe da criança então possível usuária do andador. Todo mundo sempre acha que sabe mais do que você - ou porque já criou filhos e usou com sucesso o tal andador ou porque gostam de opinar mesmo. E os achismos em torno de como eu deveria criar o meu filho sempre me incomodam, principalmente quando você diz que não concorda ou não quer algo e as pessoas ainda ficam insistindo e tentando te convencer.

Na questão do andador é sempre complicado explicar para as pessoas de que aquilo não ensina realmente a andar (a criança fica na ponta do pé apenas se impulsionando e não realmente caminhando) e ainda pode causar problemas por forçar a coluna do bebê mais do que deveria. Já li diversas matérias a respeito disso e concordo. Além do mais, acho andador um negócio muito perigoso. Mas as pessoas não levam a sério, principalmente quem já fez uso do objeto em questão. Então, sempre digo que não quero porque o desnível que temos na sala pode ser perigoso e pronto. Assim, as pessoas concordam e eu não tenho que me desgastar e nem me indispor com ninguém. E assim o assunto morre até que alguém resolva, mais uma vez, sugerir o uso do objeto e lá vou eu de novo falar do tal desnível.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Já falei aqui da decepção que sinto quando levo Arthur ao pediatra e vejo que ele não ganhou tanto peso quanto deveria. Nos últimos dois meses, o pouco foi tão pouco (e repetido) que o médico resolveu pedir um exame só para saber se estava tudo bem.

A princípio, minha mãe considerou um exagero e me pediu ponderação antes de levá-lo para colher sangue e fazer sofrê-lo. Então procuramos uma segunda opinião que dizia: Ele não ganha nem uma grama a mais do que precisa, mas está bem. Levando em consideração o perfil (magérrimo) da mãe, não podemos esperar mais. A curva dele, dizia o outro pediatra, é coerente, ascendente e não teve queda. Não está dentro do padrão, mas está bem paralela.

Fiquei quase satisfeita e mais tranquila até que no dia seguinte encontrei uma menina que trabalha no mesmo prédio que eu e ganhou bebê 3 meses antes. A bebê dela está com problema de ganho de peso (e nasceu bem maior que o Arthur com mais de 3kg) e ela está investigando onde algo aconteceu. Com 9 meses, a bebê dela pesa só um kilo a mais que o Arthur. Ela disse que estava indo procurar uma endocrino-pediatra. Nem preciso dizer que a luzinha vermelha acendeu de novo. E então fui lá fazer o exame e tirar logo da consciência este peso.

O resultado
Ler exame sem ser médico é a pior coisa que qualquer um pode fazer. Mãe, então, nem se fala. A gente já fica imaginando mil coisas e entra em parafuso. Comigo não foi diferente. Google vira aliado e, ao mesmo tempo, inimigo. Até chegar a consulta, mil medos e pânico pessoal. A única coisa que alardiei foi: algo está errado, alguns índices estão bem diferentes.

Na consulta, o pediatra me afirmou que o parâmetro usado era de adulto (e qual a lógica de se usar um parâmetro de adulto para um bebê de 7 meses, alguém pode me explicar?) e disse que Arthur estava bem. Sem motivos para me preocupar.

Fomos viajar, Arthur curtiu horrores o Espírito Santo com a madrinha enquanto a mãe ralava, e voltamos. No dia seguinte, o pediatra me ligou dizendo que um dos resultados estava MUITO alterado e pediu para repetir o exame. Disse que não tinha me alertado antes porque queria conversar antes com uma amiga (hematologista) sobre suspeitas e então ela aconselhou que se repetisse o exame, que poderia ter sido erro do laboratório. Como o laboratório tinha comparado com parâmetro adulto achei mesmo que também poderia ter sido erro e resolvi repetir o exame em outro laboratório.

O médico explicou que havia suspeita do Arthur estar com alguma infecção viral, mas como nunca apresentou nenhum sintoma - nem mesmo febre - era melhor refazer o exame e ver qual seria o resultado. Ele também avisou que, por precaução, pediria um exame complementar, mas no telefone não adiantou qual seria e nem para quê.

Mãe preocupada e curiosa assim que peguei a solicitação de exame fui ao consultor google para saber do que se tratava o exame complementar: alfa fetoproteína. Ou seja, busca por índice tumoral. Medo, medo, medo.

Mais um exame, mais um resultado
Cautelosa não quis alertar ninguém. Fizemos o exame e fiquei ansiosa esperando 3 dias pelo resultado, que veio totalmente diferente do anterior. Linfócitos altos ainda, mas bem menos que antes. Comparado ao exame anterior, nada era igual. Mas pelo menos o parâmetro usado era infantil. E o parâmetro do alfa fetoproteína 3 vezes mais alto do que o recomendado. Mandei o exame imediatamente ao pediatra e fiquei esperando retorno.

Ele me ligou me acalmando e explicando o exame - mal sabia ele que eu já estava em pânico, rezando loucamente desde sexta-feira - e dizendo que o hemograma estava bom e que a amiga que consultou não confiava em nenhuma análise de alfa fetoproteína que não fosse feita pelo Fleury, mas adiantou que o hemograma estava normal, dentro do que ela considerava normal, e sem motivos para alarde. Respirei aliviada. Mas ainda assim temerosa.

Ele aconselhou que repetíssemos o exame daqui a um mês pelo Hospital Samaritano ou Santa Catarina, que fazem análise pelo Fleury, só por desencargo. Mas me pediu calma e afirmou que não tenho motivos para preocupações.

Semana que vem temos consulta de rotina com o pediatra. Me certificarei com todas as perguntas possíveis de que Arthur está bem. Mas depois dessas acho que ainda não estou totalmente tranquila e convencida. Acho que só ficarei bem mesmo quando repetirmos o exame e o resultado me apontar claramente que o Arthur está bem. Enquanto isso, sigo analisando e prestando atenção em cada movimento do Arthur. Mais atenta do que nunca, mais zelosa do que nunca.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dos vídeos fofos

Ultimamente tenho visto muitos videos bacanas, de campanhas na TV a vídeos na internet. Um deles, que vale a pena assistir e pensar, é este sobre uma campanha da fome. Emocionante, sincero e que faz pensar. Nascemos bons, certo? E quem nos corrompe: a sociedade?, os outros?, a vida?, o mundo? A organização humanitária internacional Accion contra el hambre (Ação contra a fome) é quem divulga a campanha. Se quiser saber mais sobre a campanha, clique aqui.


O outro é a propaganda do Itaú Seguro. Lindo, emocionante, sensível. Daqueles que vale a pena assistir e de dar água nos olhos (hehehe). E o legal é que se você entrar no site deles, ainda dá para fazer um vídeo com as fotos do seu filho. Não é o máximo? Vai lá.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Viajando com o Arthur

Voltei ao trabalho já com todo aquele receio costumeiro de deixar o pequeno e voltar à vida normal. Para completar ainda havia o monstro de uma possível viagem de trabalho me assombrando. Ir e levar o Arthur ou ir e deixar o Arthur?

Questões nada simples uma vez que cada resposta implicava em muitos outros viés. Se fosse levaria alguém para me acompanhar e ficar com ele? Quem? Ou deixaria ele na creche que será montada no local? Mas como fazer isso se nem aqui ainda mandei ele para ser cuidado por terceiros? Deveria deixá-lo? Mas e como eu ficaria sem ele? E se ele precisasse de mim? E se eu precisasse dele?

Os impasses aumentavam proporcionalmente a cada dia. Arthur não aceita a mamadeira e nem o leite e a necessidade do meu trabalho só aumentava.

Com o coração na mão, a decisão foi tomada. Vou viajar e levar a irmã e madrinha para ficar com o pequeno durante o dia. Assim fico mais tranquila e embarco mais feliz com o Arthur a tira colo. Resolvo assim quase todos os problemas. Ele vai e se precisarmos um do outro é fácil de resolver; ele vai e assim poderá mamar durante a noite; ele vai e ficará sob os cuidados da dinda, que vai aproveitar umas férias-forçadas não tão férias assim no Espírito Santo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De volta ao trabalho, acabou minha licença

Foram 6 meses de licença-maternidade. 6 meses grudadinha com meu pequeno. Amamentação exclusiva no peito. Corda e caçambinha, como costumava brincar, mas acabou. A princípio emendaria as férias, mas em agosto comecei a sentir que talvez isso não daria certo porque é ano de evento grande e grandioso no trabalho, então muitas coisas precisam ser feitas. Para piorar, uma onda de doença rondou os outros funcionários  - inclusive a pessoa que estava me substituindo - comprometendo o andamento das coisas e forçando a necessidade de mais gente trabalhando.

Como a confirmação das férias não vinha nunca eu comecei a desconfiar. Até que duas semanas antes de terminar a licença veio a inadiavel constatação: teria que voltar a trabalhar e me separar do Arthur. As férias, depois de novembro, quem sabe. Chorei e me senti triste e perdida por três dias. Final de semana arrasada e mais grudada ainda com ele, como se isso fosse compensar as 9 horas diárias longe dele. Contava os dias, as horas.

Para piorar minha situação, o marido resolveu viajar na quinta-feira e me abandonar na tristeza e na insegurança. Fui para a casa da minha mãe, assim, pelo menos, me sentiria mais segura e com menos medo, além de facilitar já que é a vovó quem vai cuidar do pequeno todos os dias.

Primeiro dia
Indiscutível que o primeiro dia foi o pior. Medo, insegurança, culpa e preocupação tomavam conta. Além, claro, de tristeza, muita tristeza. Começava uma nova rotina para ele e a minha readaptação aos horários e compromissos. Saí de casa chorando com medo de que ele passasse fome, já que até então não tinha conseguido fazer ele pegar a mamadeira. Cheguei no trabalho chorando (mas não chorei o percursso todo não, chorei só ao constatar que estava longe de casa e sem poder socorrer meu bebê), mas comecei a rotina. Controlando o relógio para saber o que ele estaria fazendo a cada hora.

Ao meio dia não resisti e liguei para saber como iam as coisas: se tinha mamado, se tinha almoçado e se, além disso, minha mãe tinha dado conta de fazer a comida para meu avô, que desde que minha avó faleceu depende dela para almoçar e jantar todos os dias. Nessa hora entra a culpa de atarefar ainda mais a mãe e deixar o avô sem almoço ou preocupado em ser mais uma obrigação.

Como ele não pegou a mamadeira, estava preocupada em ele passar fome. Segundo o pediatar, ele vai pegar a mamadeira quando tiver fome, mas não boto tanta fé nesta teoria. Eu sei o quanto ele odeia a tal da mamadeira e o quanto foi sacrificado ele pegar o peito, avalio que vai ser ainda pior agora. Para piorar, ele estava apenas há alguns dias substituindo a mamada do almoço pela papinha salgada e não estava muito firme na alimentação, não. Então, a preocupação era ainda maior.

E depois de 6 meses me dedicando integralmente a ele, dá uma insegurança danada deixá-lo (mesmo que com a vovó). Mas assim que tem que ser. Quero ele para o mundo e não para mim, então, que pensemos nele o dia todo. Que liguemos duas vezes ao dia para saber como andam as coisas, mas que pelo menos eu consiga trabalhar um pouco e deixá-lo crescer.

Vamos sobreviver, embora não sem sofrimento.

Os outros dias
Na terça, eu saí chorando, mas passei o dia melhor. Minha mãe acabou ligando para dar notícia do Arthur, mas eu me segurei mais. Na quarta já comecei a achar bom voltar a trabalhar e consigo me sentir melhor ao deixá-lo.

É bem verdade que volto correndo pra casa - tanto porque fico preocupada que ele não mama nada ainda na mamadeira quanto porque os seios já estão explodindo -, mas sair e voltar já não é um problema, é só parte do processo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um agosto difícil

Agosto foi um mês bem difícil. Não sei precisar os motivos: se a proximidade da volta ao trabalho, pelo desespero de dar tudo certo sempre, pela ansiedade em que ele pegue mamadeira e eu me livre um pouco do peso de amamentá-lo diuturnamente, não sei.

Às vezes, acho que juntou tudo, mas posso afirmar que foi um mês MUITO difícil. Chorava quase todos os dias, não sentia fome e nem vontade de fazer nada. Faltava coragem e sobrava medo. Ia quase que diariamente para minha mãe assim me livrava do encargo de fazer almoço e contava com uma ajuda extra para niná-lo de tarde e me fazer companhia para espantar o medo. Insisti com o pediatra para introduzirmos a mamadeira e mais angustiada fiquei porque o Arthur não quer saber de mamadeira de jeito nenhum. Tentei por 3 semanas e desisti. Desisti por me sentir esgotada demais, com medo demais, triste demais e sem forças para continuar tentando. Parei uns 5 dias antes de voltar na consulta pediátrica mensal.

Brinco dizendo que a consulta era do Arthur, mas quem foi clinicada fui eu. Mas não é mentira. Como o pediatra dele também é homeopata eu realmente acabei como paciente naquela sala. Entre lágrimas, como uma mãe desesperada que está morrendo de tristeza por ter que voltar a trabalhar sem que o filho tenha pego a mamadeira e sabendo que ele vai sofrer por uns dias até se acostumar. Mas pelo menos saí de lá bem mais tranquila. Voltei a comer melhor, comecei a tomar o remédio homeopático e me sinto melhor em relação à voltar a trabalhar. 

Como não vai ter remédio e as férias não poderão ser tiradas agora, o jeito é encarar a realidade, voltar pro trabalho que eu gosto tanto e me confortar pensando que ele vai ficar juntinho da Vovó que tanto ama ele. Sabe, isso dá um alívio danado, mas não tira de mim a dor de saber que eu vou fazê-lo sofrer um pouco até se acostumar com a mamadeira e com a nova rotina.

O pediatra me disse uma coisa que parece de fácil percepção, mas que tem me ajudado muito nestes dias: Quando estiver com ele, esteja realmente com ele e só com ele; quando estiver no trabalho, esteja no trabalho. Isso tem me ajudado muito e setembro tem sido um mês de dedicação total a ele e às nossas útimas tardes da licença enquanto ele começa com suquinhos, frutinhas e esperamos as próximas orientações para a papinha salgada.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

[Cinematerna: nós fomos!]

Foto Laudiane Lira
Arthur fez sua estreia no cinema dia 11 de agosto. Queríamos muito assistir Assalto ao Banco Central, mas temos o dilema um bebê que mama no peito e então não podíamos ir a qualquer sessão de cinema. Prescisávamos de algo especial.

Eu já conhecia a ideia do Cinematerna, mas ainda não tínhamos ido por causa dos horários. Mas então vimos que a sessão na quinta-feira poderia ser uma boa pedida e nos programamos para o evento. E foi o máximo.

A sessão é totalmente adaptada: luzes meio acesas, som mais baixo, sem ar-condicionado e com trocador no fundo da sala. A sessão tinha bastante mamães com bebês. Acho que até mais que muitas outras sessões de cinema daquele dia e horário.

Arthur se comportou muito bem, deu pouco trabalho (apesar de ter regorgitado na roupa toda e em mim nos levando pela segunda vez ao trocador em menos de duas horas), mas não chegou a dormir na sessão. Mas também não fez manha e nem birra. 

O que posso dizer é que amamos e apoiamos a ideia do Cinematerna e viramos fãs e frequentadores. O projeto acontece em 14 cidades e os filmes são escolhidos através de enquetes para os cadastrados no site (super fácil, chega por e-mail e é só votar no filme por cidade escolhida e no cinema de sua preferência). Segundo o site, são excluídos filmes de terror e violência explícita.

Apesar de ter ido apenas à uma sessão, acho que os filmes em português são os melhores assim a gente não perde nada nem enquanto troca a fralda. Os filmes dramáticos devem ser difíceis de se assistir com um bebê no colo, mas são apenas pitacos de uma experiência que não tive.

E você, mãe, que está afim de sair um pouco de casa já sabe agora que existe um programa especialmente dedicado à você e ao seu bebê nesta primeira fase em que tudo é tão complicado de se fazer com um bebê de colo.

Para mais informações, acesse o site do Cinematerna aqui.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A decepção pediátrica

Toda vez em que vamos ao pediatra eu fico com a mesma sensação de frustração. Apesar de o médico afirmar que o Arthur vai bem, está bem, etc, eu sempre fico pensando que ele podia mais e que isso depende de mim, mas que eu não dei conta do recado.

Na última consulta, por exemplo, Arthur registrou uma engorda de apenas 500 gr. Pra mim, é pouco. Pro médico, está bom. Mas eu fico com a sensação de que eu poderia estar fazendo mais por ele para que ele estivesse mais fofinho. Ele continua crescendo em um ritmo bom e no último mês foram mais 3 cm.

Avisei ao médico que o leite começou a escassar e a preocupação a aparecer. Ele, então, me receitou PLASIL para que o leite aumentasse. Apesar de o Arthur mamar bem e não ter passado fome apesar da escassez do leite materno já queria ter introduzido alimentação para ele e - até quem sabe - leite artificial. Não só pela preocupação dele engordar mais, mas também pela precaução dele já pegar mamadeira e se alimentar independentemente de mim para não sofrermos tanto na hora de voltar a trabalhar. Mas o médico acha desnecessário. Defende que o Arthur pode se beneficiar muito bem somente do leite materno mais um mês e depois começarmos a fase de engorda dele. Para o pediatra, eu estou certa em me preocupar, mas me acalma dizendo não ser necessário.

Mentirinhas foram contadas porque para o pediatra Arthur ficaria EXCLUSIVAMENTE no peito até os 6 meses, mas eu não quero. Tenho medo de a adapação ser muito difícil, então disse que volto a trabalhar assim que ele completar 6 meses, então a introdução alimentar tem que ser antes porque eu quero acompanhar. No entanto, é bem provável que eu só volte a trabalhar quando o Arthur tiver com 7 meses, mas aí já poderei aproveitar bem a transição alimentar dele e ir sossegada pro trabalho.

Essa não é a primeira vez que me sinto "culpada" por algo não ser como eu espero. Não que as coisas não vão bem, segundo o médico as coisas vão sim bem e não há motivos para preocupação, mas eu me exijo demais e queria que o Arthur estivesse engordando mais - coisa que por enquanto só depende de mim (já que só eu o alimento) e fico me sentindo culpada, apesar de não ter culpa já que ele mama bem, dorme bem e está super bem.

Vai entender essa minha preocupação e culpa, né? Um dia passa. Assim espero.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Arthur - 4 meses

Após nove meses de gestação, finalmente você pega seu bebê no colo e descobre como é cada detalhezinho do seu rosto. Mas a expectativa está só começando: você não vê a hora de ele começar a sentar, a rir, a bater palmas, não é? Com quanto tempo é normal começar a engatinhar? E entender seu próprio nome? E, claro, ainda há a ansiedade da família e de todos por perto para ajudar. São tantas dúvidas que, confesse, a vontade é ter um pediatra acoplado ao berço 24 horas por dia, só para fornecer informação suficiente sobre o que é normal ou não. Mas não se deixe levar pela afobação. É preciso respeitar o tempo de cada criança, permitindo que ela siga as etapas de seu amadurecimento e tentar não fazer muitas comparações com outros bebês. Há um intervalo normal para as crianças adquirirem certas habilidades, uns começam mais cedo, outros mais tarde, sem que isso seja um problema. “A capacidade de aprendizado de um bebê é muito complexa e cada pessoa adquire as habilidades a seu próprio tempo”, afirma Susan Hespos, PhD em psicologia cognitiva da Universidade de Northwestern, em Illinois (Estados Unidos).

4° mês
Penso, logo existo. Mesmo antes de seu filho falar ele já reflete sobre as coisas. Um estudo, realizado em 2010 pelo laboratório de cognição infantil da Universidade de Northwestern, mostra que bebês nessa fase já compreendem bem determinadas situações, mas ainda não conseguem vocalizar, de maneira adequada, o que pensam.

Corpo: Seu filho vai começar a se virar ao ouvir sons de diferentes direções, procurando por eles. Essa nova capacidade de se movimentar também indica que, a partir de agora, é bom ter mais cuidado ao deixá-lo sob uma superfície plana, pois ele começará a se virar sozinho sem muito aviso ou coordenação.

Saúde: Entre 2 e 6 meses o bebê precisa tomar 13 vacinas de acordo com o calendário oficial brasileiro. Mantenha a vacinação em dia para que o sistema imunológico do seu filho seja constantemente fortalecido.

Brinquedos: Um tapete de atividades, com brinquedos pendurados e dispostos em diferentes posições, é o passatempo ideal para seu bebê, que está se movimentando cada vez mais.

Alimentação: Nessa fase seu filho já não sente necessidade de se alimentar com tanta frequência, como antes. Ele continua se desenvolvendo normalmente, embora o ritmo de crescimento dos primeiros meses diminua um pouco. Não se assuste caso seu filho deixe de engordar mais de um quilo por mês ou cresça apenas uns poucos centímetros. Se for algo que mereça atenção, seu pediatra a alertará.

Comunicação: Seu bebê é uma minifábrica de sons. Ele começa a combinar consoantes e vogais e, embora ainda não sejam vocalizações conscientes, os primeiros papá e mamã poderão aparecer!

Fonte: Revista Crescer

Além disso, Arthur já fica sentado apoiado e há tempos procura pelos sons. Fica atento ao móbile do berço mesmo quando ele está desligado e sorri para todos, reconhecendo brincadeiras como de esconder e de ser suspenso no ar e retornar ao colo (mas com calma e nada de sacudir demais).

Dorme a noite toda desde o segundo mês e tem demorado cada vez menos tempo para finalmente dormir. Hoje cerca de 30 minutos mesmo depois do agito já são suficientes para embalá-lo pela noite toda. Já gargalha com brincadeiras, mas também fica bastante resmungão quando resiste ao sono durante o dia.

Tem noção das mãos e dos pés, então quando algo toca sua mão já belisca e tenta pegar e se empurra com os pés no carrinho, no berço e no trocador o que faz das trocas de roupa bem perigosas. Gosta de morder o dedo e já não sente nenhuma dificuldade em levar o indicador à boca para algumas mordidas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A primeira vez

Assim que eu te vi, pela primeira vez, você era quase exatamente igual ao meu sonho. Faltou um pouco de cabelo e de bochechas, mas de resto era muito parecido.

Até o parto de verdade foi bem parecido com o do sonho, que me revelava como você era. Às vezes, eu acho que aquele sonho foi mesmo uma premonição. Seu parto foi normal, rápido e muito tranquilo assim como no sonho em que o parto levava 5 minutos. Na verdade, você demorou apenas 15 minutos para nascer depois de um trabalho de parto de apenas 7 horas - tempo que foge das estatísticas médicas para partos normais do primeiro filho que demoram mais de 10 horas. Foram 3 contrações, 6 forças e um chorinho que imediatamente me levou as lágrimas.

Eu chorava tanto quando te colocaram nos meus braços que não consegui te ver. As lágrimas embaçaram a minha visão. E a emoção era tanta que a fome passou e eu não vi mais nada. Meus olhos, minha atenção e meu coração já estavam voltados para você, que estava sendo limpo, pesado e enrolado. Quando tudo tinha acabado (e eu sequer tinha percebido) você voltou aos meus braços e ficamos mais duas horas juntos.

Foi neste tempo em que sua tia te conheceu (e se emocionou tanto quanto sua mãe). Depois foi a vez da sua avó. E mesmo tendo pedido para que elas não ficassem mais ali nos esperando porque poderia demorar elas ficaram lá até que a mamãe foi para o quarto e você também. Afinal, as duas estavam ansiosas para te ver de perto e te pegar pela primeira vez.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amamentar não é um cartaz de campanha - parte 2

E foi então com 35 dias que o Arthur conseguiu pegar o peito. Era de madrugada e apesar dele estar mamando melhor e sem precisar ser acordado porque já reclamava seus próprios horários de fome, a jornada ainda era longa e se seguia por horas e horas.

A preocupação diminuía enquanto as mamadas aumentavam proporcionalmente. Era uma matemática exata: quanto mais ele mamava menos preocupada ficávamos e, ao mesmo tempo, mais cansada. Os finais de tarde eram sempre cansativos. A princípio o médico achava que horas e horas no peito eram manha do Arthur e resumia tudo dizendo que o Arthur estava fazendo o peito de chupeta. Meu alarme não parava de soar dizendo que não era bem aquilo.

Com dois meses, não aguentava mais ficar com ele tanto tempo no peito - somava em média 5 horas seguidas até que ele pegava no sono - e mais uma vez questionei ao médico a normalidade de tantas horas no peito, principalmente porque ele chorava sem parar e só ficava bem, ou pelo menos melhor, no peito. Então disse com todas as letras o que estava acreditando desde o princípio: Não será possível que meu leite seja insuficiente?  O médico não acreditou, mas não duvidou. Então, acabou por me receitar o Chá-misto da Mamãe, da Welleda. Esta foi a minha salvação.
3 dias depois de começar a tomar o chá, Arthur pegou no sono pela primeira vez no final do dia. Eram 20h e ele dormia. Parecia milagre. Os peitos se encheram com mais leite e a rotina com ele ficou muito mais fácil. Agora amamentar não é um fantasma e nem uma preocupação.

Com o tempo passando, ele agora procura onde apoiar a mão (geralmente em cima do peito ou me acariciando) e torna amamentar uma verdadeira delícia. Não é uma tarefa fácil, afinal ele depende exaustivamente de mim. Aliás, exaustiva e exclusivamente. Mas sei que é o melhor para ele. Acabamos indo juntos a todos os lugares: onde vai a corda, vai a caçambinha.

O pediatra dele quer amamentação exclusiva até os seis meses, mas eu não quero. Apesar dos 7 meses de licença-maternidade (6 meses mais as férias) quero com calma poder introduzir a alimentação e estar segura de que tudo estará bem quando eu voltar a trabalhar, por isso, na próxima consulta já quero pedir ao médico a introdução alimentar gradativa, mesmo que mantendo ainda a amamentação por um tempo.

No entanto, até o final do ano tenho segurança em dizer que quero que o Arthur esteja independente e sem amamentar. De acordo com o meu obstetra, depois de 1 ano de idade é muito difícil a criança sair do peito. Além disso, não pretendo protagonizar nenhum vexame com criança arrancando roupa ou fazendo escândalo no meio da rua porque quer ser amamentado. Sei que nem toda criança faz isso, mas não quero incorrer no risco de isto acontecer.

Além do mais, vejo o sofrimento de duas cunhadas que tentam sem sucesso tirar seus filhos com mais de 2 anos do peito e não conseguem. Elas não trabalham e acabam dando o peito, mas como vou voltar a trabalhar quero minimizar este sofrimento para mim e para ele. Tenho certeza que cortar este laço não vai ser fácil, mas é uma decisão minha - só minha, assim como foi a escolha pelo parto normal.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Amamentar não é um cartaz de campanha - parte 1

Amamentar o Arthur nunca foi uma tarefa fácil. Como nasceu de parto normal, a estadia na maternidade foi de apenas 2 noites. Demos entrada às 2h30 da madrugada e às 9h26 o Arthur nascia. Logo que nasceu veio para meu colo, saiu, foi limpo, pesado e então voltou novamente aos meus braços enroladinho. Tentamos colocá-lo no peito, mas ele não quis. Durante todo o dia a cena se repetiu: colocávamos no peito, mas ele não se interessava e nem queria pegar. Nem tentava. Ele só dormia.

A primeira de muitas tentativas
As enfermeiras disseram que era normal, que as crianças nascem com uma reserva (que elas chamavam de reservinha) de glicose e podem não ter fome nas primeiras 24 horas. As 24 horas passaram e nada: ele continuava dormindo plácido e sem vontade de mamar. Já passava de 48 horas de nascido e nada. A maternidade controlava a glicose dele e como continuava alta, não era necesário fazer nenhuma intervenção. Apenas esperar pela fome dele. 

[Como fiquei 14 dias de repouso antes dele nascer para ver se o pequeno Arthur crescia um pouco mais acredito que a reserva dele devia mesmo estar alta. Meu repouso não era absoluto, mas consistia em ficar deitada do lado esquerdo por 1 hora na primeira semana após às refeições para que eu não gastasse energia nenhuma e tudo fosse direto para ele. Na segunda semana, o repouso passou para 2 horas. Exatamente ao final dos 14 dias, Arthur nasceu. Por isso, acredito que ele estava cheio de energia destes dias e por isso acabou mesmo sem fome por tanto tempo depois que nasceu]

Nós insistíamos, colocávamos ele no peito a cada 3 horas para estimular, mas nada. Foi só às 4 da manhã do dia da alta que ele resolveu tentar alguma coisa. Apelamos até para um intermediário (um bico de silicone que por ser maior que o meu próprio bico poderia facilitar a amamentação). E então ele começou a tentar.

Com o bico intermediário
 Sim, tentar. A primeira noite em casa foi meio tranquila. Ele chorava. Limpávamos o bico, colocava no peito e ficava cerca de 1 hora na tentativa. A segunda noite em casa ele chorava e o leite, empedrado, não descia. Foi um desespero. Pais de primeira viagem não sabíamos o que fazer porque desde de tarde o leite estava empedrando, saindo pouco e o peito cheio sem nem poder encostar. Tentamos banho, compressas de água quente, com bolsa, ligamos na maternidade e nenhuma luz para nos socorrer.

Ele chorava, eu chorava. As compressas com bolsa quente era o que mais ajudava. Nos primeiros dias eu só conseguia assim: no quarto, meia luz, intermediário, sozinhos e ainda assim era uma luta. Ele dormia, eu acordava ele, ele chupava pouco, saía muito leite, mas ele tinha sérias dificuldades em sugar mesmo com o bico intermediário. Sem o bico não tinha jeito, ele não consegui pegar o peito.

Cheguei a ligar aos prantos para o obstetra porque apesar dele  estar dormindo bem, eu tinha certeza de que algo não ia bem. O obstetra, que é a calma em pessoa, me recomendou calma e disse que se ele dormia bem provavelmente é porque as coisas iam bem. Eu me acalmei um pouco, mas estava ansiosa pela consulta com o pediatra dele.

Durante 12 dias, a luta foi essa e na primeira consulta do pediatra a constatação: ele tinha perdido peso. E então começou a luta para que ele recuperasse o peso e pasasse a ganhar entre 30g e 40g por dia. As consultas no pediatra eram a cada 3 dias para acompanhar o ganho de peso. Depois de 15 dias, o Arthur conseguiu atingir a meta e ficamos mais aliviados embora as mamadas ainda fossem bem difíceis e longas, o que tornava a simples tarefa em uma árdua jornada.

Eu tentava quase que diariamente me livrar daquele bico intermediário, mas o Arthur não conseguia pegar o peito direto por ser muito pequeno e, muito provavelmente, por ele ter o queixo muito retraído. Para o meu obstetra seria uma questão de tempo. Para ele, assim que o Arthur crescesse um pouco ele seria capaz. O bico apesar de me auxiliar muito me incomodava porque dava mais um trabalho (o de higienizar antes e depois de cada mamada e ainda era um objeto indispensável onde quer que eu fosse).

Continua....

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Missiva

Arthur,
Hoje é dia 27 de junho e sua bisa foi embora - o que me deixou MUITO triste. Todos me consolam dizendo: "Ah, pelo menos ela conheceu  Arthur." E embora isso realmente fosse um alento para mim já que ela desejava tanto te conhecer - tanto que até queria que você nascesse antes do tempo - gostaria do fundo do meu coração que você tivesse sido capaz de conhecê-la para poder sentir, ou melhor, entender e perceber o amor que ela tinha por você.

Da última vez em que ela esteve internada, nós fomos visitá-la, mas eu não deixei você entrar na emergência e você me esperou com o seu pai do lado de fora. Ela fez questão de que a enfermeira fosse até você só para conhecê-lo e então declarou a mim todo o amor que sentia por você.

Declarar o amor que ela tinha por você era quase redundante e nunca foi necessário, afinal todo este amor era notável, pois quando ela te via a vida dela ficava muito melhor e mais colorida, mas foi realmente emocionante vê-la dizer que te amava muito. Mas você ainda é bem inocente e não entende nada. Só tem 3 meses e sua bisa foi embora. E o que nesta vida me consola é que eu tirei muitas fotos para te mostrar como era grande o amor dela por você e, principalmente, por saber que mesmo que você não se lembre dela, ela NUNCA vai esquecer de você.

sábado, 9 de julho de 2011

Pra começar

Engraçado como o mundo muda depois que a gente vira mãe. Na verdade, não foi o mundo que mudou, fui eu. Agora, tudo o que penso e vivo tem relação direta com o Arthur. Que Arthur eu quero preparar para o mundo e, principalmente, que mundo eu quero apresentar para o Arthur - incluindo especialmente que mundo eu NÃO quero apresentar para ele embora saiba que grande parte das coisas que incluo nesta lista mais cedo ou mais tarde vai - independentemente de mim - se apresentar a ele.

Um exemplo do que não quero NUNCA seguir é o da minha cunhada que usa EXAUSTIVAMENTE a violência para educar os filhos. Embora eu "entenda" que este é um repertório que ela tenha vivido não consigo entender - nem entre aspas - como ela consegue repetir este histórico tendo sofrido tanto com ele.

Já passei por diversas situações com ela em que ela agride praticamente gratuitamente os filhos e já me intrometi uma vez segurando a mão dela para que ela não batesse no filho, mas ontem foi a primeira vez em que isso aconteceu depois que o Arthur nasceu. Com ele no colo, a cena me pareceu ainda mais estarrecedora e mais uma vez tentei convencê-la de que esta não é a forma correta de se educar um filho, mas ela não se convence e, pior, ainda acha que vou pagar a minha língua quando o Arthur crescer. A minha esperança é exatamente esta: que ela possa ver através da forma em que eu criar o Arthur que é possível educar uma criança sem que seja necessário usar a violência. Só espero que não seja tarde demais.