quinta-feira, 31 de julho de 2014

No cinema pela primeira vez

Fomos pela primeira vez ao cinema neste domingo.

Na verdade, eu queria ter ido antes, mas acabei marcando um monte de compromisso. Como eu tinha prometido para ele e o pai de um amigo da sala dele tinha nos chamado para a sessão do cinesesc no domingo pela manhã.

Eu até tinha um evento de tarde e, provavelmente, ia ficar com meu dia atribulado, mas achei que valia a pena por diversos motivos:

1) em primeiro lugar porque já tinha prometido e eu gosto de cumprir minhas promessas;
2) depois porque quem tinha convidado tinha sido o pai do amigo da escola que o Arthur mais gosta;
3) ele estava de férias e não fez quase nada de diferente e legal;
4) ele estava de férias e fazia muito tempo que não encontrava o amigo preferido da escola;
5) e por ultimo porque eu queria mesmo e ainda por cima era de graça!

Eu achei que ele e o amigo iam pegar fogo e iam falar o filme todo, mas no fim ele se comportou super bem. Tirando o fato de que ele quis ir no banheiro e o amigo foi também e logo que voltou para a sala pediu para ir no banheiro de novo e acabou sentando no meu colo para assistir o resto do filme. O amigo também se aconchegou no colo do pai, que estava do meu lado, e eles assistiram o resto do filme dali mesmo.

Claro que ele pediu algumas vezes para ir embora, mas ficou até o final e ficou muito bem!

Adorei o programa que não conhecia (tranquilo e de graça) e agora posso incluir em nossos roteiros de final de semana!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A viagem a trabalho e a apunhalada no coração

Eu já me acostumei a viajar a trabalho e deixá-lo. Eu já (quase) nem ligo mais e (quase) não choro. Mas geralmente viajo durante a semana, quando nosso tempo junto já é mesmo menor que aos finais de semana.

Ele já (quase) nem liga quando vou viajar e (quase) comemora porque vai dormir na casa da vovó (na verdade, ele comemora que vai dormir e depois lamenta que eu vou viajar, mas vai feliz). Mas ele está de férias da escola ficando todos os dias com a vovó. Para acabar de completar, a semana que antecedeu a viagem foi CHEIA de trabalho e fui pegá-lo tarde (quase) todo dia. Além disso, prometeram levá-lo para a praia nas férias e não cumpriram e ele está até doente de vontade de ir viajar.

Por último (mas não menos importante) vem a facada: Quando contei que ia viajar (o que sempre faço com uma certa antecedência) ele (que está com vontade de viajar) me pediu para ir junto. Desta vez, minha viagem foi marcada para domingo e o último voo era simplesmente às 15h30 e eu, com um monte de bagagem, tendo que chegar no aeroporto com muito tempo de antecedência. Some tudo e você vai entender o que passei neste domingo.

Quando logo de manhã ele acordou e me disse que a gente tinha esquecido de ir na pracinha no dia anterior (ele dormiu na volta do cabeleireiro no final da tarde e foi até o dia seguinte direto) eu comecei meu dia da pior maneira que aquele domingo podia começar.

Eu não pensei, óbvio, nem meia vez. Larguei tudo como estava e saímos para brincar na pracinha. Como era de manhã e tem o horário do almoço dele e eu tinha horário para embarcar, combinei que podíamos ficar um hora na pracinha e ele achou ok. Brincamos muito. O observei (cheia de orgulho) dividir brinquedos com os amigos da pracinha e ser uma criança super feliz, obediente, descontraída e despojada. Olhei, amei mais que nunca e me entristeci por não poder passar o resto daquele domingo com ele. 

Pouco antes de dar a uma hora combinada, ele pediu um suco e nos dirigimos à padaria do outro lado da rua. Quando paramos na banca para eu comprar uma revista para o avião, ele pediu uma bugiganga, mas eu disse não. Ele insistiu, reclamou, mas conversamos e saímos de lá rindo direto para casa como ele me pediu, deixando até mesmo o suco na padaria de lado. Fomos para casa, ele almoçou e ficou brincando enquanto eu terminava de arrumar as coisas. Saímos e ele me acompanhou até o aeroporto, onde chegou dormindo e nem nos despedimos.

Se isso não é uma apunhalada no coração de uma mãe, eu não sei o que mais pode ser.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Eu, a mãe louca

Ontem eram nove da noite passada quando fui à farmácia, com meu filho, comprar uma chupeta nova para ele, que anda com a mania de morder o bico até rasgar. As chupetas dele não duram uma semana. Então, compro uma que é barata, mas ortodôntica.

Quando passei pelo corretor dos produtos infantis na farmácia só vi aquelas chupetas master-caras. Era a primeira vez que ia naquela farmácia, que é relativamente nova no bairro. Passei reto e fui, primeiro, buscar meu soro fisiológico para depois voltar para procurar a chupeta.

Quando voltei para a parte das chupetas, continuava olhando, mas só via chupetas de 30 reais. Desculpa, eu não pago 30 reais em uma chupeta que não vai durar uma semana. A vendedora tentou me convencer de que era a melhor e sei lá mais o quê, mas já eram nove da noite de uma terça que já tinha sido cansativa (bem como a segunda, ou seja, minha paciência estava no pé). Expliquei, ainda educadamente, que não queria porque ele estava mordendo as chupetas e elas não duravam nem uma semana. Que eu queria uma mais barata. Ela me mostrou as de 20 reais e mesmo assim recusei dizendo que, desculpe, não dava pro meu bolso. Foi então que ela me apontou onde estavam as chupetas que eu costumo comprar para ele, que são mais baratas. 

Exclamei que eram aquelas mesmas que estava procurando, mas que não tinha enxergado ali (colocada estrategicamente mais escondida para mães desesperadas comprarem as outras, que são mais caras). As poucas chupetas expostas em duplas na prateleira eram rosa, roxa ou branca com um desenho rosa. Na mesma hora ela, na frente do meu filho que já apontava escolhendo uma delas, começou dizendo que aquelas eram de menina, mas que no fundo devia ter de outra cor.

Eu, a mãe louca, em sua nenhuma tolerância, compaixão ou paciência, simplesmente TIREI A MÃO da mulher das chupetas que ia retirar para olhar mais para trás e disse: Não, lá em casa não existe cor de menina ou de menino. Rosa e roxo também são cores de menino. 

Em seguida me dirigi ao meu filho, que já ansiava pela roxa, e perguntei: qual você quer, filho? Ele escolheu duas: a roxa, que era a segunda na fileira e uma branca com um passarinho rosa, que estava na fileira ao lado e era a primeira exposta.

A mulher, sem graça, se afastou e não falou nada. Apenas observou esse restante da cena e, em seguida, se dirigiu ao caixa para receber o pagamento de um outro rapaz que havia entrado na farmácia e, em seguida, o meu.

Eu, depois que entrei no carro, percebi que fui meio louca. Juro, dei uma de muito louca TIRANDO A MÃO da mulher. Mas achei que o ato foi justo e que tenha valido de lição para sempre.

Prazer, eu - a mãe louca. E cuidado porque se você cruzar meu caminho se referindo a cor de menino e de menina é capaz de levar uma invertida que nunca mais vai esquecer.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Mamãe com pós graduação

Não, não que eu já saiba tudo de maternidade. As vezes, na verdade, não entendo nem o que meu filho quer - principalmente se ele estiver de chupeta.

Mas o fato é que finalmente terminei a pós-graduação. Aliás, eu não sei se eu já reclamei aqui, mas o processo todo foi pior que meu parto e mais longo que minha gestação.

Comecei em 2009, pouco depois de casar e o objetivo era me formar em 2 anos, mas aí eu engravidei um ano depois e um semestre antes de acabar tranquei. O plano era permanecer com a pós trancada por um ano- que era o prazo máximo, mas seis meses depois fecharam o curso e não falaram nada.

A princípio - e sem notícias - esperei mais seis meses sem notícia e nada. A angústia começou a apertar e nada de informação se o curso ia voltar e se eu ia conseguir concluir. E eu fiquei perdida mais um bom tempo até que decidi processar a PUC/Cogeae por ter finalizado o curso sem comunicação e pedia para conseguir me formar. Perdi e recorri. Perdi de novo e tive que voltar em outra área da especialização para concluir. 

Mais seis meses de aulas de jornalismo político e monografia (que ficou de lado porque aí não dava) e pedi prorrogação do prazo por mais 3 meses e desde março oscilo entre muito empenhada e muito relapsa em relação a monografia, que finalizei aos trancos e barrancos. Foram muitas noites estudando até meia noite e tantos outros planos adiados, inclusive reduzi a pesquisa porque não me sentia capaz principalmente por causa do prazo e de como eu lidava com ele. Afinal, sou mãe e não abri mão de nenhum final de semana com meu filho e nenhum feriado sem ele para estudar.

Certo ou errado eu não sei. O fato é que mil vezes me arrependi de não ter me empenhado mais e ter me dedicado mais. Cheguei a pedir renúncia do cargo de mãe em dois feriados, mas como ninguém aceitou meu filho objetivamente eu desisti e fiquei com ele fazendo a monografia quando dava e, especialmente, se dava! E assim foi. Afinal, eu já tinha mudado de monografia antes mesmo de retornar ao curso; reduzir foi só mais uma estratégia para realmente conseguir me formar.

Na segunda-feira tive a banca. Se um dos integrantes da banca me questionou e deu tempo e oportunidade para tratarmos do tempo, a outra me esculachou e se pegou no formato da monografia e ficou incomodada por não ter o formato de tese (sendo especialização e não mestrado a minha formação). Enfim, apesar de tudo deu certo e eu me formei com nota nove! O que me surpreendeu de certa forma!

Enfim, formada depois desta longa jornada, que por enquanto acaba aqui. Tenho sim vontade de fazer um mestrado, mas pretendo fazê-lo daqui dois anos para que eu consiga fazer com que o Arthur entenda mais o processo, o que por enquanto não funciona na prática. Ele até entende se eu digo que preciso disso ou daquilo, mas respeitar que eu preciso é ainda muito difícil para ele. Por isso, acho que o próximo passo para os estudos pode esperar mais um tempinho.

Por enquanto vou trabalhando o resultado da pós com algumas divulgações pontuais e uma última correção que fiquei de fazer para atender normas de Abnt e outras tantas colocações que fizeram na banca.

E até o mestrado avisa tenho um tempo livre e outro pra curtir meu menino sem ter que pensar em monografia ou projetos!


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Da educação que eu prefiro dar

Nem sempre é fácil, mas optei por:

Não colocar travas nas gavetas e nas portas, mesmo que eu tenha que repetir um milhão de vezes que não pode mexer ali ou então ter que me sujeitar a ver panelas espalhadas pelo chão da casa e da cozinha;

Não cercear seu ir e vir, por isso a cozinha sempre foi um local em que ele teve acesso, assim como o banheiro, o meu quarto, a varanda e todos os cômodos da casa mesmo que isso implique em vigilância eterna para que não beba a água da privada ou que suba na cadeira da varanda porque assim ele aprende a transitar e sabe o que pode e o que não pode com ou sem a mamãe por perto;

Não permitir pular no sofá ou colocar os pés com sapatos, mesmo que com isso eu tenha meias mais sujas e uma criança que mesmo na casa dos outros anda sem sapatos porque sabe que não pode e não deve colocar os sapatos no sofá;

Deixar brinquedos e livros sempre a mão, mesmo que eu tenha que recolhê-los muitas vezes ou eles acabem quebrados ou amassados e rasgados porque ele pode escolher com o que brincar, que livro ler e como vai ocupar o espaço da casa;

Ensinar que rosa também é cor de menino e azul também é cor de menina, mesmo que na escola alguém diga para ele que rosa é de meninas e que eu contrarie o pai e tudo o mais porque ele poderá viver com a ideia de que o mundo não precisa ser dividido pelo sexo dele e dos outros e quem sabe, um dia, vai achar que todo mundo é igual e pode ser livre para optar por qualquer cor, por exercer qualquer profissão e simplesmente ser feliz porque não são estas coisas que importam;

Devolver muitas perguntas que ele me faz, mesmo que isso implique em responder muitas outras ou ficar instigando ele por muito tempo porque assim ele saberá que nem todas as respostas estão prontas e que ele vai ter que correr atrás das respostas que melhor se enquadram para ele e para o momento;

Não amedrontá-lo com o lobo das estórias ou os monstros e bichos papões, mesmo que isso me dê muito mais trabalho para segurá-lo por perto ou para que ele faça algo porque assim ele vai saber que não é preciso temer o imaginário e sim as coisas reais.

Nem sempre é fácil, mas quem disse que é fácil educar? Educar é fazer escolhas o tempo todo, mas não se engane você que a escolha é simples afinal ela é recheada de consequências. Ah, amigo, essas consequências você pode até pensar que não estão ligadas a você, mas digo que podem sim se reverter contra ti e de uma forma muito perversa. 

Apesar disso tudo, muitas escolhas não são apenas escolhas porque elas vão ser, em algum momento, melhores para ele e para mim, mas minhas escolhas são baseadas puramente no que eu acredito para mim, no que eu defendo e pratico na minha vida. Porque aí, eu digo, não são escolhas para ele, são escolhas para todos: eu, você, ele, os amigos dele e todo mundo que um dia cruzar no caminho dele. Afinal, ele não é criado em uma bolha e nem vai viver para sempre em um local protegido, cercado e vigiado pela mamãe, que diz o que pode e o que não pode. Assim eu crio ele, para o mundo e por um mundo melhor.