quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De volta ao trabalho, acabou minha licença

Foram 6 meses de licença-maternidade. 6 meses grudadinha com meu pequeno. Amamentação exclusiva no peito. Corda e caçambinha, como costumava brincar, mas acabou. A princípio emendaria as férias, mas em agosto comecei a sentir que talvez isso não daria certo porque é ano de evento grande e grandioso no trabalho, então muitas coisas precisam ser feitas. Para piorar, uma onda de doença rondou os outros funcionários  - inclusive a pessoa que estava me substituindo - comprometendo o andamento das coisas e forçando a necessidade de mais gente trabalhando.

Como a confirmação das férias não vinha nunca eu comecei a desconfiar. Até que duas semanas antes de terminar a licença veio a inadiavel constatação: teria que voltar a trabalhar e me separar do Arthur. As férias, depois de novembro, quem sabe. Chorei e me senti triste e perdida por três dias. Final de semana arrasada e mais grudada ainda com ele, como se isso fosse compensar as 9 horas diárias longe dele. Contava os dias, as horas.

Para piorar minha situação, o marido resolveu viajar na quinta-feira e me abandonar na tristeza e na insegurança. Fui para a casa da minha mãe, assim, pelo menos, me sentiria mais segura e com menos medo, além de facilitar já que é a vovó quem vai cuidar do pequeno todos os dias.

Primeiro dia
Indiscutível que o primeiro dia foi o pior. Medo, insegurança, culpa e preocupação tomavam conta. Além, claro, de tristeza, muita tristeza. Começava uma nova rotina para ele e a minha readaptação aos horários e compromissos. Saí de casa chorando com medo de que ele passasse fome, já que até então não tinha conseguido fazer ele pegar a mamadeira. Cheguei no trabalho chorando (mas não chorei o percursso todo não, chorei só ao constatar que estava longe de casa e sem poder socorrer meu bebê), mas comecei a rotina. Controlando o relógio para saber o que ele estaria fazendo a cada hora.

Ao meio dia não resisti e liguei para saber como iam as coisas: se tinha mamado, se tinha almoçado e se, além disso, minha mãe tinha dado conta de fazer a comida para meu avô, que desde que minha avó faleceu depende dela para almoçar e jantar todos os dias. Nessa hora entra a culpa de atarefar ainda mais a mãe e deixar o avô sem almoço ou preocupado em ser mais uma obrigação.

Como ele não pegou a mamadeira, estava preocupada em ele passar fome. Segundo o pediatar, ele vai pegar a mamadeira quando tiver fome, mas não boto tanta fé nesta teoria. Eu sei o quanto ele odeia a tal da mamadeira e o quanto foi sacrificado ele pegar o peito, avalio que vai ser ainda pior agora. Para piorar, ele estava apenas há alguns dias substituindo a mamada do almoço pela papinha salgada e não estava muito firme na alimentação, não. Então, a preocupação era ainda maior.

E depois de 6 meses me dedicando integralmente a ele, dá uma insegurança danada deixá-lo (mesmo que com a vovó). Mas assim que tem que ser. Quero ele para o mundo e não para mim, então, que pensemos nele o dia todo. Que liguemos duas vezes ao dia para saber como andam as coisas, mas que pelo menos eu consiga trabalhar um pouco e deixá-lo crescer.

Vamos sobreviver, embora não sem sofrimento.

Os outros dias
Na terça, eu saí chorando, mas passei o dia melhor. Minha mãe acabou ligando para dar notícia do Arthur, mas eu me segurei mais. Na quarta já comecei a achar bom voltar a trabalhar e consigo me sentir melhor ao deixá-lo.

É bem verdade que volto correndo pra casa - tanto porque fico preocupada que ele não mama nada ainda na mamadeira quanto porque os seios já estão explodindo -, mas sair e voltar já não é um problema, é só parte do processo.

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