quarta-feira, 20 de julho de 2011

Amamentar não é um cartaz de campanha - parte 2

E foi então com 35 dias que o Arthur conseguiu pegar o peito. Era de madrugada e apesar dele estar mamando melhor e sem precisar ser acordado porque já reclamava seus próprios horários de fome, a jornada ainda era longa e se seguia por horas e horas.

A preocupação diminuía enquanto as mamadas aumentavam proporcionalmente. Era uma matemática exata: quanto mais ele mamava menos preocupada ficávamos e, ao mesmo tempo, mais cansada. Os finais de tarde eram sempre cansativos. A princípio o médico achava que horas e horas no peito eram manha do Arthur e resumia tudo dizendo que o Arthur estava fazendo o peito de chupeta. Meu alarme não parava de soar dizendo que não era bem aquilo.

Com dois meses, não aguentava mais ficar com ele tanto tempo no peito - somava em média 5 horas seguidas até que ele pegava no sono - e mais uma vez questionei ao médico a normalidade de tantas horas no peito, principalmente porque ele chorava sem parar e só ficava bem, ou pelo menos melhor, no peito. Então disse com todas as letras o que estava acreditando desde o princípio: Não será possível que meu leite seja insuficiente?  O médico não acreditou, mas não duvidou. Então, acabou por me receitar o Chá-misto da Mamãe, da Welleda. Esta foi a minha salvação.
3 dias depois de começar a tomar o chá, Arthur pegou no sono pela primeira vez no final do dia. Eram 20h e ele dormia. Parecia milagre. Os peitos se encheram com mais leite e a rotina com ele ficou muito mais fácil. Agora amamentar não é um fantasma e nem uma preocupação.

Com o tempo passando, ele agora procura onde apoiar a mão (geralmente em cima do peito ou me acariciando) e torna amamentar uma verdadeira delícia. Não é uma tarefa fácil, afinal ele depende exaustivamente de mim. Aliás, exaustiva e exclusivamente. Mas sei que é o melhor para ele. Acabamos indo juntos a todos os lugares: onde vai a corda, vai a caçambinha.

O pediatra dele quer amamentação exclusiva até os seis meses, mas eu não quero. Apesar dos 7 meses de licença-maternidade (6 meses mais as férias) quero com calma poder introduzir a alimentação e estar segura de que tudo estará bem quando eu voltar a trabalhar, por isso, na próxima consulta já quero pedir ao médico a introdução alimentar gradativa, mesmo que mantendo ainda a amamentação por um tempo.

No entanto, até o final do ano tenho segurança em dizer que quero que o Arthur esteja independente e sem amamentar. De acordo com o meu obstetra, depois de 1 ano de idade é muito difícil a criança sair do peito. Além disso, não pretendo protagonizar nenhum vexame com criança arrancando roupa ou fazendo escândalo no meio da rua porque quer ser amamentado. Sei que nem toda criança faz isso, mas não quero incorrer no risco de isto acontecer.

Além do mais, vejo o sofrimento de duas cunhadas que tentam sem sucesso tirar seus filhos com mais de 2 anos do peito e não conseguem. Elas não trabalham e acabam dando o peito, mas como vou voltar a trabalhar quero minimizar este sofrimento para mim e para ele. Tenho certeza que cortar este laço não vai ser fácil, mas é uma decisão minha - só minha, assim como foi a escolha pelo parto normal.

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