quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Desmame - parte 2: A volta ao trabalho

Como eu suspeitava desde o princípio, as férias foram podadas. Voltar é bom, mas não era uma tarefa fácil, principalmente por imaginar que ele passaria fome a tarde toda caso não aceitasse a mamadeira.

Acordado internamente, reduzi a carga de trabalho para conseguir amamentar o Arthur às 18h. Saía do trabalho voada porque, até então, ele só almoçava.

No primeiro dia, Arthur chorou, esperneou e com a ajuda da faxineira tomou quase toda a mamadeira depois de muita resistência. Foi, para minha mãe, um sufoco, mas com uma grande ajuda. Nos dias seguintes, no entanto, a santa ajuda não estava lá e Arthur não tomou mais a mamadeira. Minha mãe tentava driblar: dava muitas frutas e continuava tentando. Eu me desesperava. Ainda era final de setembro.

Alguns dias depois, já pelo meio de outubro, descobrimos que ele aceitava o leite a colheradas e então, a princípio, era a solução. Como era um processo difícil, amamentava o Arthur de manhã, antes de sair, e voltava correndo para amamentar no final do dia e de noite. Quando voltava, ele queria mamar muito. Era um desespero. Mamava a cada uma hora até a hora de dormir.

O leite, no entanto, oferecido a colheradas era sempre com alguma coisa: farinha láctea, banana, maçã ou alguma outra coisa que saborizava o leite e o fazia aceitar melhor. Mas a dificuldade era imensa. Afinal, imagine oferecer 150 ml de fórmula com banana (o que aumentava a quantidade final) a colheradas de café?! Pois é. Pelo processo ser demorado assim continuava amamentando o Arthur de manhã e no final do dia.

Aos poucos, a aceitação foi ficando melhor, mas sem o uso da mamadeira.

Aos finais de semana, com ele em tempo integral, ainda amamentava normalmente. Era mais fácil, mais rápido e mais prático. Mas quando a semana recomeçava, a dificuldade em alimentá-lo com a fórmula aumentava e minha mãe costumava reclamar então, em outubro, parei de amamentar de manhã. Inclusive aos finais de semana.

Como ele dormia até mais tarde do que o meu horário de sair durante a semana, só acordava ele e trocava quando tudo já estava pronto. Assim ele saía e chegava na minha mãe em questão de 10 minutos - e não ficava com tanta fome até ser alimentado.

Em outubro ele passou a jantar, mas ainda assim voltava para casa correndo antes do horário normal porque mesmo jantando, quando eu chegava ele queria mamar no peito. Eu fazia toda a vontade dele. Em novembro fui viajar com ele, e com a madrinha dele a tira colo para me ajudar. E retrocedemos um pouco. De manhã eu amamentava, de tarde minha irmã resistia em dar o leite de colher, mas ele almoçava e jantava e de noite eu amamentava ele à vontade.

Quando voltei da viagem decidi parar de amamentar durante o dia. Deixei a preguiça de lado - embora desse umas escapadas quando saía e quando estava muito cansada - e passei a oferecer para ele de manhã e de tarde o leite a colheradas. Vez ou outra ainda tentávamos a mamadeira, mas ele tomava 30, 50 ml e parava.

A esta altura do campeonato já estávamos acostumadas a dar leite a colheradas e seguiamos assim. A intenção era, no recesso de final de ano, desmamar o Arthur de vez mesmo com toda a dificuldade dele em aceitar mamadeira e da forma em que consumia o leite. Ia tentar, afinal não ia perder nada com isso. Até que em dezembro...

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