quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Quarta é dia de mãe-polvo

Desde que virei mãe brinco que depois que a gente vira mãe, nos tornamos também um polvo. Tem que carregar criança, bebê conforto, bolsa, mala, manta e uma infinidade de coisas. Haja mão. Haja mãe. E ainda abrir e fechar a porta de casa, do elevador, do carro, da vida inteira. Pensa que é fácil?

Às quarta-feiras é meu rodízio. Em São Paulo placas com dois finais distintos não podem rodar nos horários de picos - das 7h às 10h e das 17h às 20h. Por isso, às quartas vou trabalhar de metrô e, por isso, levo o Arthur para a escola a pé. A escola fica "apenas" a duas quadras de casa, mas é um martírio. Hoje está um calor desértico em São Paulo, mas fazia umas 3 semanas que toda quarta-feira de manhã chovia. Só de manhã. Só na hora de levá-lo para a escola.

A tarefa que não é fácil - carregar criança, bolsa e mala - ainda ficava pior: tinha que carregar aberto o guarda-chuva. Juro, eu andava com o Arthur no colo segurando com o braço esquerdo, mesmo ombro que apoiava a minha bolsa que por si só já pesa muito. No ombro direito carregava a mochila dele que é de puxar - tipo carrinho - mas para piorar não tem alça, então apoio nas alças do carrinho que são duras e machucam o ombro - e como tinha que segurar o guarda-chuva aberto não tinha como ir puxando.

Imaginou a cena? Bolsa de mãe em um ombro, criança a tira colo, mochila doendo no outro ombro, guarda-chuva aberto na outra mão. E eu que peso 45Kg devia carregar mais uns 15kg de peso extra. Juro que ando na rua, nestes dias, me matando de rir. A cena é patética. E eu me divirto com a minha própria desgraça. Rio andando sozinha na rua que é para piorar a situação.

Numa dessas quarta-feiras de chuva uma moça cruzou comigo e disse: Tá pesado aí, hein? E eu só pude concordar: E como!

Hoje está um calorão. Então não tive que carregar o guarda-chuva, o que facilitou a vida. Para melhorar, meu menino foi andando até a escola. Muito adulto! São só duas quadras, mas são duas senhoras quadras. Além de grandes são como muitas outras em São Paulo: esburacadas, cheias de desníveis, pedras, etc e tal. Devemos ter levado uns 20 minutos, mas valeu a pena. 

Para fechar com chave de ouro, ele entrou correndo na escola e nem deu tchau! Foi lá brincar e aprender e deixou a mamãe olhando na porta com cara de boba sem saber se entrava ou se ia embora de vez. Fui embora.


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