sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A escola nova e as duas horas que duraram a tarde inteira

Eis que o primeiro dia de aula do Arthur finalmente chegou. Finalmente para ele, finalmente para mim e finalmente para a vovó que está desde dezembro integralmente com o Arthur por causa das férias.

Desde que ele foi pela primeira vez na escola (veja mais aqui) ele me pergunta quando ele vai para a escola nova. E assim temos convivido com uma vontade dele e uma ansiedade minha.

Na semana passada tive duas reuniões na escola. Uma na quinta-feira, sobre a adaptação e outra no sábado, sobre o ano letivo, a escola, etc. E então as aulas começaram na quarta, mas quarta é o dia do meu rodízio e como o marido está sem carro estou andando de ônibus e metrô neste dia e ficaria inviável vir trabalhar e voltar no meio do dia para levá-lo para a escola às 13h - já que são em lados opostos da cidade. Para piorar, ainda tinha uma reunião às 10h, então decidi adiar em um dia esta ida a escola. Seria melhor e mais prático, apesar de ainda assim ser corrido e tumultuado.

Então, larguei tudo no trabalho na hora do almoço e cruzei a cidade para buscar meu filho e ir junto com ele  (eu já disse aqui alguma vez que não abro mão de fazer algumas coisas com ele?!) no primeiro dia de aula, ou melhor, de adaptação.

Chegamos e ele entrou na sala, mas logo saiu. Com tanto brinquedo espalhado pelo pátio, ele quis mesmo brincar e não ficar na sala. Escorregou, entrou na casinha, pegou um chapéu e veio me pedir para tirar o sapato só um pouquinho (dá-lhe férias descalço e o menino não quer mais usar sapato) eu disse que não e continuei ali sentada observando tudo ao lado de mais várias mães. Então, como era o primeiro dia dele, a professora dedicou uma super atenção para ele e o convidou para brincar na areia (tinham crianças menores brincando também) e ele quis ir e foi com ela.

E depois de um tempo ali, pensando e observando, a auxiliar de coordenação pediu que eu me despedisse dele e avisasse que ia para a cantina (e eu dei graças a Deus porque não tinha conseguido almoçar nada). Ele perguntou se eu ia embora e eu disse que não, que ia na cantina e ele aceitou dizendo um ah, tá. E fui.

Cheguei lá e tinham 3 mães conversando. Pedi um salgado e um suco e me sentei com elas. Elas estavam falando sobre parto normal e humanizado e etc e tal e citando os nomes bam-bam-bans do parto humanizado (que eu não conheço nenhum) e dos preços e etc e tal (umas da mães está grávida, com barrigão e tal e decidiu procurar um parto humanizado para a segunda gestação). Então, veio o meu menino com a professora dizendo que queria me dar um beijo. E viu meu suco (vazio) e pediu. E eu disse que tinha um suco na lancheira dele, ele insistiu que queria um de maçã, mas foram na lancheira para ver o suco que tinha lá. Depois de um tempo ele voltou pedindo de novo o suco de maçã. Eu comprei um para ele, que bebeu um pouco e saiu. E continuamos lá batendo papo.

E veio a primeira criança, a da mãe grávida, já cansada e com sono e chorando e tal. Ela pediu um suco de laranja (acho que no fundo ela queria continuar ali batendo papo com a gente), mas a filhota dela estava exausta e super cansada e elas acabaram indo embora. Depois de um tempo veio outra criança. A mãe a pegou, se despediu e foi embora. Fiquei eu e mais uma mãe já meio sem assunto. Eu com o meu livro, o calor infernal e o Whatsup de consolo com amigas falando várias besteiras. A outra mãe já estava preocupada porque era só para ficar duas horas e já tinham passado duas horas e meia e nada do filho dela aparecer. Deu um tempo, veio o filho dela. Ela se despediu e foi embora também. E eu fiquei só, com uma avó que veio tagarelar nada com nada e depois foi embora. Continuei lendo e outra mãe, que estava em outro lugar da escola, veio. Conversamos um pouco, mas ela começou a trabalhar no notebook e eu continuei a ler o livro.

E assim, lendo, conversando, no celular, as duas horas se transformaram em uma tarde inteira. Quando deu 5 horas, a outra mãe fechou as coisas e disse que ia buscar a filha porque já era hora da saída do período da tarde. Eu fiquei ali, meio sem saber se ia também ou ficava, mas a leitura estava boa e eu continuei lendo. Até que deu 17h15 e a moça da cantina disse que achava que era melhor eu ir buscar o Arthur e tal e que deviam estar me esperando lá. Eu que estava lendo, preferi terminar de ler pelo menos a página para depois ir e ela estava incomodada ou sei lá o que e resolveu checar se eu tinha que ir mesmo ou se trariam o Arthur. Eu tinha que ir lá e já estava cansada de ficar lá na escola, então fui. No caminho, a auxiliar de coordenação me disse que hoje eu poderia levá-lo às 13h novamente e ficar apenas 15 minutos, me despedir e sair. Fui buscá-lo e a professora me falou que ele ficou super bem, depois não perguntou mais de mim, brincou, fez xixi, mas comeu pouco lanche (preferiu a maçã do que a bisnaguinha).

Fomos para casa com meu menino dizendo: "Eu goto da icola nova." Depois disso, eu não preciso de mais nada. Pude ter certeza que os esforços valem a pena e que por ele eu sou capaz de qualquer coisa, inclusive alterar meus dias, meus planos e minha vida. Porque eu gosto de vê-lo bem e feliz. E que assim seja. Um bom ano letivo para nós!

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