quinta-feira, 17 de maio de 2012

Contando com a ajuda do papai

ATENÇÃO, ESTE POST CONTÉM ALTAS DOSES DE PALAVRÃO E DESABAFO
 
Posso contar muito pouco com a ajuda do marido no quesito criar o filho. Não dá banho, não troca fralda, não dá comida e um pouco disso é até minha culpa.

Sou exigente e acho que todo mundo tem que ser capaz de fazer algumas coisas e quando não são acabo criticando e foi assim no começo. Trocou a fralda, vazou: pau nele! Sim, erradíssima, mas assumo que errei e hoje sofro sozinha com as consequências.

Mas, aos poucos, tenho visto ele mudar e tenho preferido observar de longe as mudanças e esperar para ver o que acontece a elogiar e pagar a língua. 

Há algumas semanas, por exemplo, tenho entregue a mamadeira pronta e o Arthur para ele dizendo: vai dando a mamadeira aí que vou buscar o pijama/prender o cabelo/ou qualquer outra atividade. E ele até tem encarado a tarefa numa boa. Coisa que ele se negava a fazer dizendo: isso eu não faço e eu sempre ficava muito puta dizendo: poxa, então que porra de discursso vazio era aquele que você fazia quando eu amamentava dizendo que este problema somente EU poderia resolver? Agora, você pode e deve resolver esse problema, mas continua repassando para mim? (Desculpa o desabafo fervoroso, mas é que eu fico muito revoltada com discurssos vazios)

Pois bem, lá em casa é assim. Arthur sujou a fralda? Chama a mãe. Arthur quer comer? Entrega para a mãe. Está na hora de dormir? Vai lá e boa sorte, mãe. Arthur precisa de banho ou de mais um banho? Que tal perguntar a mãe se ele já tomou banho ou aconselhar a dar mais um?

Ele até ajuda em casa. Quer dizer, colabora, né? Porque quando mais da metade das tarefas é de minha responsabilidade (lavar roupa, secar a roupa, organizar/arrumar a casa, fazer a comida e quase sempre lavar a louça) eu considero qualquer atividade como colaboração, né? A pessoa só faz as coisas quando quer enquanto eu tenho que fazer sempre (com ou sem vontade, cansada ou não), então isso não considero ajuda considero colaboração, afinal quem ajuda faz sempre que precisa quem colabora faz quando está afim, não é mesmo? Pois bem. Assim nos viramos, às vezes numa boa e às vezes aos trancos e barrancos.

Ele já ajudou mais é bem verdade, mas com a chegada de um filho as tarefas triplicam e quando a ajuda não aumenta conforme a demanda, fica tudo prejudicado. 

Pois bem, eis que ontem Arthur deu pitizão para dormir. Como tenho tido muitas tarefas, tenho adiado o sono do Arthur em 30 minutos e, às vezes, 1 hora. Enquanto faço as coisas, é bem verdade que ele fica de olho na cria, que não pára e eu tenho que pedir mil vezes para vir buscar a criatura que insiste em me agarrar as pernas ou ir aonde não deve, mas tudo bem porque consigo fazer as coisas e esse é o objetivo. 

Mas voltando: ontem com a demora em levar o Arthur para a cama (porque vamos lembrar que isso é tarefa da mãe e se a mãe estava ocupada e não podia levar o menino para a cama, o menino tem que ficar acordado até quando a mãe consegue se livrar das outras tarefas e ir adiante), Arthur claro ficou insuportável e por nada queria a mãe.

Ontem preferiu o pai, chorou e esperneou, mas não veio com a mãe. E então, como num passe de mágica, o pai foi para o quarto e repetiu toda a rotina da mãe: colocou no berço, acalmou, deu a mamadeira e fez cafuné até o bebê dormir. Assim: sem pedir, sem nada. Por livre e espontânea vontade. 

A situação era tão insólita e inusitada que não sabia nem o que fazer. Não fiquei no quarto, claro, queria que aquele fosse um momento deles. Queria que o pai se virasse sozinho como eu fiz todas as vezes até hoje e visse que, apesar das dificuldades, não é nenhum bicho de sete cabeças colocar o Arthur para dormir. Ele dormiu até rápido ontem para o tanto que estava irritado. Não levou nem 30 minutos e ele estava dormindo pesado. Eu fiquei surpresa com a iniciativa e agradeci. Agradeci a ajuda e já emendei: agora a gente reveza. Cada dia um faz ele dormir, tudo bem? E para a alegria geral da nação, ele concordou. Eu fiquei feliz e vi que as últimas conversas sérias, pelo menos, estão rendendo bons frutos.

Espero, de verdade, que assim seja. E espero que isso se repita não pela colaboração comigo, mas pelo estreitamento do laço dos dois e pelo amor que se constrói exatamente nas coisas simples do dia a dia e que ele perde por ser assim durão e achar que não é responsabilidade dele dividir comigo as tarefas e a criação do filho.


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