terça-feira, 2 de junho de 2015

Eu: mãe do Arthur & jornalista

Então eles estão "estudando" sobre profissões na escola. E os pais foram convidados a falarem de suas profissões para a turma. Assim que voltei de viagem, marquei meu horário. Era meu último dia de férias. Ia fechar com chave de ouro. 

Já tinha tentado, na mesma semana, participar de uma outra atividade na escola na Semana do Brincar, mas aí choveu e a atividade que seria ao ar livre foi cancelada. Eu fiquei chateada e ele continuou esperando pela minha ida na escola (até hoje me pergunta se eu vou lá brincar com ele!)

Então, cheguei lá e a roda de 10 pequenos me esperava. Só de vê-los me esperando ansiosamente me deixou nervosa. Bateu aquele medo de será que eu ia conseguir suprir as expectativas.

Assim que cheguei, Arthur levantou e veio me cumprimentar. Era nítido que ele estava orgulhoso que eu estava lá! Veio, me beijou para marcar seu território, e voltou ao seu lugar na roda - o mesmo que estava antes, mesmo comigo posicionada ao lado oposto da roda. Aquilo me emocionou. Meu filho estava orgulhoso de minha presença! Resolvi sentar de frente para o Arthur, assim poderia ver a carinha dele. Mas aí ele pediu para eu sentar do lado dele e, então, fui!

Como sabia que outra mãe & jornalista já tinha passado por lá, achei que o melhor seria começar dizendo que a minha profissão era igual de outra mãe que tinha ido. Como algumas crianças já sabiam que eu era jornalista, a professora questionou se eles sabiam de que mãe a minha profissão era igual. Então, acertaram a mãe, mas ficaram na dúvida se eu era jornalista ou professora ou os dois, como ela.

Então, alguns disseram jornalistas, outros me disseram que eu tinha cara de professora e meu filho me olhou tão curioso para saber se eu também era professora que foi engraçado o jeito dele como quem diz: Ué, mas isso você não tinha me contado! Você também é professora?

Quando disse que era apenas jornalista, uma das meninas me disse: Você tem cara mesmo de jornalista.

A sabatina se seguiu com eles tímidos e esquecendo as perguntas, repetindo perguntas como se meu trabalho é duro ou fazendo outras como se eu gosto do que eu faço, o que eu gosto mais de fazer, há quanto tempo estou na profissão, se eu entregava jornais ou escrevia para a França e para onde eu costumava escrever.

Como achei que eles estavam tímidos e, vez por outra, dispersos tentei provocá-los. Contei a eles que o jornalista INVESTIGA, que FAZ PERGUNTAS como eles estavam fazendo e eles se acharam, ali me entrevistando, também um pouco jornalistas. Questionei se eles sabiam o que um jornalista mais usava para seu trabalho e, embora tenham dito computador que é algo mais próximo do real hoje, disse que o papel e a caneta eram os principais instrumentos dos jornalistas.

A professora chegou a dizer que aquela tinha sido a conversa mais tranquila que eles tinham tido até então. Acho que, provavelmente, a falta de "novidade" de uma profissão repetida com certeza contribuiu para o "desinteresse".

Mesmo assim, adorei. Adorei meu filho feliz por eu estar lá, adorei ser sabatinadas por pequenos de 3 e 4 anos, adorei fechar minhas férias assim: com crianças sendo crianças, curiosas, engraçadas e tímidas e, especialmente, do lado do meu filho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário