segunda-feira, 8 de junho de 2015

Primeiras palavras

Nem me lembro ao certo quando Arthur falou sua primeira palavra. Lembro-me vagamente de que acreditávamos que o que ele dizia era papai. Mas, honestamente, a fala não foi tão marcante assim para mim. Ela foi, aos poucos, se desenvolvendo e o repertório se ampliando sem que eu realmente fizesse conta desta conquista.

Lembro, por exemplo, de quando ele engatinhou pela primeira vez. Ou de quando ele ficou em pé no meio de uma sala com meus amigos ao redor e eu tinha ido ao banheiro e não vi e ele nunca mais repetiu o feito. Lembro dos primeiros cinco passos sozinhos, aqueles quase cambaleantes que ele deu antes de começar a andar para valer. Lembro da primeira queda, que foi do sofá, e do primeiro machucado grande, que foi de uma poltroninha que ele ganhou da avó e fez a boca sangrar e eu morrer do coração - tirando o objeto da sala por meses seguidos.

Resumindo, lembranças não faltam em 4 anos, mas realmente a fala não está entre as mais marcantes e registradas com afetividade. Talvez, confesso, se ele tivesse falado mamãe primeiro eu lembraria (ou não, nem me lembro quando ouvi mamãe pela primeira vez).

Mas há um tempo espero ansiosamente pelas primeiras palavras escritas. Sim, esse é um grande feito para mim e eu tenho aguardado com carinho e muita ansiedade. 

No ano passado, uma amiga da turma enviou o convite do aniversário com o nome dela e do Arthur escrito por ela. Mamãe jornalista aqui ficou se roendo que o filho mal fazia conta das letras, mas também entendia que o tempo dele precisava e devia ser respeitado guardando mais um pouco toda a vontade de vê-lo escrevendo.

A escola, no ano passado, começou a "incentivar" a leitura. Na verdade, era mais um reconhecimento do desenho do próprio nome através das tarjetas dos nomes, que eram apresentadas diariamente aos pequenos.

Este ano, a apresentação às letras e nomes continua, potencializando o contato com as letras e estimulando muito ludicamente a escrita através do "desenho" das letras. Aos poucos, eles vão afinando a coordenação motora e aprendendo as letras. Como a própria escola frisa, o objetivo não é de maneira alguma que eles saiam de lá escrevendo ou lendo, afinal todos estão com cerca de 4 anos (alguns completando este semestre, outros já completando cinco no semestre que vem), mas aos poucos sinto que o estímulo tem resultado. Hoje, por exemplo, Arthur reconhece muitas letras, sabe todo o alfabeto e começa a dizer com que letra começa cada palavra. Claro que ele ainda confunde sílaba com letra e muitas vezes, para ele, o carro começa com ca, mas aos poucos vamos conversando e ele assimilando.

Neste feriado, pela primeira vez, Arthur me pediu para desenharmos o nome dele e o meu. Então, sentamos com papel em branco nas mãos e iniciamos a escrita pelo nome dele. Ah, sim, o nome dele ele já sabe todas as letras que compõe assim como costuma, frequentemente, dizer que algumas letras são dos nomes dos amigos de sala como o F que é de Francisco, o M de Manu ou de Miguel, o I de Isadora, o P de Pedro e assim vai, reconhecendo qual é a letra inicial dos 10 amigos de sala e mais das amigas que não são mais da mesma turma no período da tarde.

Voltando... começamos escrevendo o nome dele. Propus que eu escrevesse o nome (letra por letra) em cima e ele escrevesse embaixo e assim foi. Para desenhar o R ele ainda sente bastante dificuldade, mas aos poucos fui ilustrando a letra e o ensinando a desenhá-lo. O nome dele saiu bem, ele sabia quais as letras que vinham a seguir embora tivesse dificuldade com o R e o U. Já o meu nome, que desenhamos depois, eu não precisei nem escrever em cima. Segundo ele, não precisava e apenas ditei as letras, ajudando no R e no N. E assim, saiu meu nome.






Bati tanta palma, dei tanto parabéns, comemorei tanto que parecia até que ele tinha ganho um campeonato inteiro com um gol de placa dedicado a mim aos 45 minutos do segundo tempo. Achei realmente incrível e fiquei extremamente feliz. Desejo que este dia fique pra sempre na memória como o dia em que ele escreveu suas primeiras palavras. As primeiras de tantas outras e que poderão abrir um mundo inteiro de possibilidades para ele.

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