sexta-feira, 12 de abril de 2013

As dores e as delícias dos 2

Como pode existir assim tanta dicotomia? Parece uma criança bipolar.

Fala gracinhas, ri, abraça e beija. Dois minutos depois ou um não sequer é o suficiente para o vulcão entrar em erupção com direito a birra, manha. choro, lágrimas, pontapés e tapas. E assim vamos convivendo com este menino de dois anos.

Ele tem feito coisas deliciosas de ver e ouvir. Imita a gente cheio de graça (seria um sarrista nato? Vocês precisam ver ele imitando a fazer suco espremendo laranja: é um verdadeiro sarro), faz estripulias, fala tudo errado e faz todo mundo se apaixonar.

Mas é um tal de "não qué" para todo lado. Não qué trocar de roupa, não qué trocar a fralda, não qué tomar banho (oi? ele sempre AMOU banho), não qué ir para cama, não qué pôr o pijama e depois não qué tirar o pijama, não qué entrar no carro, não qué sair do carro. Não qué, não qué, não qué.

Pega seus brinquedos e começa a contar: um, ois, quato, seis. Fica cantarolando pela casa. Vê ou ouve um cachorro e começa a latir. Mia que é uma delícia. Abraça e beija no meio da noite quando dorme comigo. Sai correndo e volta só para dar um abração. E abraça, muito, o tempo todo.

Só anda de carro se tiver com o naná. Quando contrariado joga a chupeta longe, se joga no chão e tira os sapatos. Bate, briga. Depois que joga a chupeta chora copiosamente porque jogou a chupeta. Não obedece. Sobe em cima das coisas, bate portas, abre portas, liga torneira e ensopa o banheiro, não veste casaco nem sob decreto, tira o cinto da cadeirinha do carro.

E assim com dores e delícias vamos convivendo. Confesso que depois das férias merecidas e aproveitadas férias ando muito zen. Então, ando com toda paciência do mundo. Deixo fazer escândalo e, depois, com toda calma do mundo me aproximo para acalmar a fera. Tenho, aos poucos, aprendido o timing de fazer isso. Na maioria das vezes acerto e consigo amansar a fera. Claro que às vezes ainda me sobram tapas e pontapés, mas vamos convivendo com muita calma nessa hora e muita conversa nas horas ruins. Nas horas boas, ah, é muito fácil. E uma delícia!


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