quarta-feira, 16 de julho de 2014

Eu, a mãe louca

Ontem eram nove da noite passada quando fui à farmácia, com meu filho, comprar uma chupeta nova para ele, que anda com a mania de morder o bico até rasgar. As chupetas dele não duram uma semana. Então, compro uma que é barata, mas ortodôntica.

Quando passei pelo corretor dos produtos infantis na farmácia só vi aquelas chupetas master-caras. Era a primeira vez que ia naquela farmácia, que é relativamente nova no bairro. Passei reto e fui, primeiro, buscar meu soro fisiológico para depois voltar para procurar a chupeta.

Quando voltei para a parte das chupetas, continuava olhando, mas só via chupetas de 30 reais. Desculpa, eu não pago 30 reais em uma chupeta que não vai durar uma semana. A vendedora tentou me convencer de que era a melhor e sei lá mais o quê, mas já eram nove da noite de uma terça que já tinha sido cansativa (bem como a segunda, ou seja, minha paciência estava no pé). Expliquei, ainda educadamente, que não queria porque ele estava mordendo as chupetas e elas não duravam nem uma semana. Que eu queria uma mais barata. Ela me mostrou as de 20 reais e mesmo assim recusei dizendo que, desculpe, não dava pro meu bolso. Foi então que ela me apontou onde estavam as chupetas que eu costumo comprar para ele, que são mais baratas. 

Exclamei que eram aquelas mesmas que estava procurando, mas que não tinha enxergado ali (colocada estrategicamente mais escondida para mães desesperadas comprarem as outras, que são mais caras). As poucas chupetas expostas em duplas na prateleira eram rosa, roxa ou branca com um desenho rosa. Na mesma hora ela, na frente do meu filho que já apontava escolhendo uma delas, começou dizendo que aquelas eram de menina, mas que no fundo devia ter de outra cor.

Eu, a mãe louca, em sua nenhuma tolerância, compaixão ou paciência, simplesmente TIREI A MÃO da mulher das chupetas que ia retirar para olhar mais para trás e disse: Não, lá em casa não existe cor de menina ou de menino. Rosa e roxo também são cores de menino. 

Em seguida me dirigi ao meu filho, que já ansiava pela roxa, e perguntei: qual você quer, filho? Ele escolheu duas: a roxa, que era a segunda na fileira e uma branca com um passarinho rosa, que estava na fileira ao lado e era a primeira exposta.

A mulher, sem graça, se afastou e não falou nada. Apenas observou esse restante da cena e, em seguida, se dirigiu ao caixa para receber o pagamento de um outro rapaz que havia entrado na farmácia e, em seguida, o meu.

Eu, depois que entrei no carro, percebi que fui meio louca. Juro, dei uma de muito louca TIRANDO A MÃO da mulher. Mas achei que o ato foi justo e que tenha valido de lição para sempre.

Prazer, eu - a mãe louca. E cuidado porque se você cruzar meu caminho se referindo a cor de menino e de menina é capaz de levar uma invertida que nunca mais vai esquecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário