quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Há um ano de volta

Ontem, nem lembrei, mas fez um ano que voltei ao trabalho.

Ainda tenho com clareza em minha mente cenas daquele dia. De ter saído da casa da minha mãe, onde o Arthur ficou, chorando e de ter segurado o choro durante todo o caminho de ônibus, 3 linhas de metrô e a pé até o trabalho. Lembro que fui recebida com alegria pelos amigos do trabalho, mas que desabei em lágrimas assim que entrei porta adentro.

Lembro das várias vezes que liguei para casa para saber dele e saber se tinha aceitado a mamadeira, que ele não havia tomado. Lembro de ter saído correndo, antes do horário conforme combinado, para que pudesse amamentá-lo. Lembro dos peitos doloridos e empedrados de tanto leite. Lembro que ele ficou bem e, cheio de fome, aceitou a mamadeira da tarde, mas nenhuma outra o resto da semana. Lembro de como foi sofrido esse retorno.

Ontem, um ano depois, deixei ele na escola, chorando e nem pude ficar alguns minutinhos a mais porque tinha um compromisso importante de trabalho, era meu rodízio e não queria me atrasar.

Ontem fiquei apreensiva o dia todo como um ano antes, mas sem motivos aparente. À tarde resolvi ligar, como nunca faço, e descobri que ele estava bem, mas todo enpipocado. Fiquei mais apreensiva ainda, mas me contive até (quase) o final do expediente. Me mandei 10 minutos antes para a saga 3 linhas de metrô + ônibus de toda quarta-feira e uma hora depois cheguei em casa, com ele já melhor e jantando.

Ao que parece foi uma alergia, embora ele não tenha consumido nada de diferente. Talvez tenha colocado alguma sujeira na boca na escola, como é de costume. Mas seguimos bem.

Eu trabalhando e ele na escola. Um ano depois da licença-maternidade ele anda, fala (pouco), brinca, ri, morde e até bate. Viu como o tempo passa?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

1 ano e meio (18 meses)

Como o tempo passa rápido. Um ano e meio. Será que com esta idade posso declaradamente começar os preparativos para o aniversário de dois anos?

Nas últimas semanas, ele tem se desenvolvido mais. No último mês, algumas novas palavras se incorporaram em seu vocabulário como o chachorro que faz aul (assim com L no final e monossilábico e a sem repetição comum das outras crianças e do nosso tatibitati de todos os dias) e o Tutu, que ele fala desbragadamente.

Com a escola, a tal coisa de bater diminuiu muito. Mesmo. Tem dia que ele passa sem bater. Mas também comecei a perceber que ele já entendeu o que é bater, então não bate mais só quando está descontrolado; bate querendo bater mesmo. Continuamos com a mesma tática, com ou sem lágrimas durante o castigo. Tá, mentira, é sempre com lágrimas mesmo, mas continuamos.

Pela primeira vez, no último mês, ficou doente. Teve febre, muita tosse, manha e falta de apetite. Mas por isso eu já esperava por causa da escola. Faltou uns dias e tudo bem.

E hoje, pela primeira vez, deixei ele sem chorar na escola. Chegou animado, mas depois que entrou me agarrou. Ficou claramente dividido entre brincar com os amigos e ficar comigo. Foi para o chão, mas me seguiu até o banheiro para eu assoar o nariz. Voltamos para a sala e, então, a professora veio com um pião. E este menino simplesmente ama um pião. Nem ligou mais para mim e eu saí. Certamente chorou quando notou minha falta, mas deve ter ficado bem como todos os dias. Para mim, já foi uma vitória - mesmo que uma vitória meio enganada, mas eu gostei.

Depois que entrou na escola, também entrou numas de que não pode ver ninguém dar tchau. É só dar tchau que ele gruda em quem quer que for. E não deixa ir embora. E não larga. E não sai do colo. Será que é normal?

Outra coisa que tem demonstrado independência claramente é em relação  às necessidades. Ao que parece, já percebe claramente que está fazendo xixi. Geralmente para e coloca a mão na fralda. Isso quando não imita com a boca os puns que acabou de soltar. Por enquanto, é engraçadinho, mas quero só ver onde vai parar. Chegou, há alguns dias atrás, até a se rebelar contra a fralda. Mas agora normalizou. Será que meu menino será rapidamente desfraldado?

Enfim, um ano e meio se passou e continuamos vendo o tempo passar ali, bem na nossa frente ora fazendo birra, ora fazendo graça.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Gravidez: que ansiedade que dá

Quando fiquei grávida, muitas pessoas ao redor também estavam grávidas: amiga, prima, chefe, conhecidas, moradoras do mesmo prédio, etc. Enfim, muitas mesmo. Acho que no intervalo de 6 meses, umas 12 crianças nasceram de pessoas que, de alguma maneira, estavam ligadas à mim. Era uma leva. Sabe aqueles períodos em que a gente só vê grávida na rua? Foi assim.

E agora surge uma nova onda. Conheço umas 7 pessoas grávidas.

O primeiro da nova "safra" nasce na segunda-feira e estou morrendo de ansiedade para vê-lo. E, olha, apesar de ser sobrinho do meu marido, o bebê é filho de uma concunhada que eu nem tenho tanta amizade e nem tanto contato, mas estou ansiosa por ela.

Tenho a sensação (ou será que todas têm?) de que - depois que virei mãe e conheci/senti/soube como é - ver alguém passar pela mesma situação é como reviver a minha própria experiência através de outra pessoa. Hoje entendo porque ela, esta mesma concunhada, se aproximou tanto de mim quando fiquei grávida. Ela revivia sua própria experiência através de mim. Hoje, sou eu quem revivo minha gestação, minhas emoções e expectativas acerca do bebê e do parto através dela. E apesar disso tudo parecer muito louco e surreal, a verdade é que estou mega ansiosa. Chega até a dar saudades da barriga e daquele comecinho, que foi um tanto difícil.

Foto: Tatiana Barreto



Foto: Tatiana Barreto

Tenho vontade de ficar ainda mais próxima das grávidas só para lembrar como era e reviver, principalmente com as mães de primeira viagem, todas as ansiedades e descobertas deste período. 

Mas apesar dessa empolgação toda eu não estou querendo o segundinho não. Aliás, não tenho nenhuma coragem para encarar mais um. O Arthur, apesar de ser um bom menino, ainda me dá muito trabalho e me exige demais, acho que com mais um eu enlouqueceria. As mães de segunda ou terceira viagem costumam dizer que com mais de um tudo fica mais fácil, mas honestamente eu não consigo ter a mesma coragem que elas. Por isso, para mim, acompanhar as notícias e novidades da gravidez alheia e segurar um RN no colo já me satisfazem.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Um vídeo para chorar

E também dedicado aos meus amigos especiais.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Febre, tosse, olho com secreção e um menino dodói

Febre. Assim começamos a quinta-feira. Não estava alta, mas estava lá: 37,7ºC. Um choro sentido e de dor. Mamadeira e cama outra vez. Eu fiquei lá, deitada ao lado dele na minha cama esperando a febre baixar, o sono dele acalmar  e meu coração também.

Depois de muito resmungo e chororô pegou no sono e eu fui providenciar a vida: avisei na escola que ele não ia, avisei no trabalho que me atrasaria, liguei no pediatra para tentar marcar um encaixe, mas ele está de férias e então desisti de enfrentar um PS infantil pela segunda vez na semana, liguei para a avó dele e pedi: faz uma canja que ele está doente e assim que acordar vai para aí.

E ele dormiu e descansou por mais uma hora e meia. Acordou às 9h, pediu a popóóó, comeu uma banana, foi trocado e levado para a vovó.

Ficou lá com dengo e com manha, mas não chorou.

Então temos um menino dodói, com febre iô-iô que vai e volta, com tosse brava, muita manha e um olho com bastante secreção (que-graças-a-Deus-diminuiu-depois-da-compressa-de-água-boricada-amém). Hoje ainda estava febril, com a tosse danada e muita manha. O olho sarou e se a febre não ceder iremos ao PS Infantil. Já começou com um xarope e também faremos inalação, caso seja necessário. Esperamos que mais um final de semana e ele esteja pronto para correr e brincar na escola na segunda-feira.

Seguimos torcendo pela sua melhora. A primeira doença a gente nunca esquece.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Reunião da escola

Ontem foi a primeira reunião da escola do Arthur. Saí do trabalho nervosa de tão ansiosa que estava para este momento. O que esperar? O que dizer? Como se portar? Tudo era nebuloso para mim. E eu estava numa ansiedade tremenda.

Para piorar o nervosismo, saí do trabalho em cima da hora, peguei trânsito monstro onde nunca tem trânsito, fiz desvio por onde nunca tinha ido e consegui chegar - atrasada, mas cheguei.

A Ana, que é dona da escola, já estava lá falando, falando, falando sobre sei lá o quê porque eu e uma outra mãe chegamos atrasadas e ela nem deu satisfação do assunto. Fiquei ali vários minutos perdidas até sacar qual era o assunto: passeios escolares e ela narrando loucamente quais seriam os próximos, etc e tal. Mas, sério, o Arthur tem 1 e 5 meses, não fica queito, quem é a louca que acha que vou mandar meu filho em um passeio escolar? Numa sala em que as crianças têm até 2 anos e pouco, este era realmente o melhor assunto para uma reunião de pais? Achei meio broxante e sem graça, mas fazer o quê?

Gostei do relatório que eles me entregaram falando sobre posição, respiração, audição, fala e vários aspectos sobre o Arthur. Entre as observações estão que ele gosta de fazer atividades com tinta e cola. Adivinha se não fiquei louca de vontade de brincar de pintar de tinta com ele?

Além disso, me disseram que ele ama colo. Que é super coleiro. Oi? Meu filho? Onde? Quando? Claro que reparei que depois que ele entrou na escola ele tem mesmo me pedido mais colo, mas achei que era uma reação normal, afinal ele passa a manhã com pessoas que ele não conhece ainda. Mas me disseram que não, que esta é uma forma dele conseguir a atenção exclusivamente para ele e por isso pede tanto colo. E na escola, ele é coleiro. Em casa, enfatizei, o menino é terrível. Não para um minuto sequer e ficar no colo, muitas vezes, é uma tortura. Meu filho é livre e quer mais é brincar e ficar no chão. Pelo menos, em casa.

Me falaram também que ele já aprendeu a rotina da escola e depois que escova os dentes vai buscar sua mochila, arrasta até a sala, deita no colchão e se aninha para dormir, como as outras crianças. A professora elogiou que ele aprendeu muito rápido isso. E para mim é uma ótima surpresa porque em casa e na avó durante o dia ele ainda é ninado no colo. De noite, como é sempre comigo, a rotina já se estabeleceu bem: berço e eu do lado, esperando ele dormir. No máximo uns beijinhos, mamadeira e pronto.

Outro ponto muito elogiado do Arthur é a firmeza para andar. Isso a professora já tinha comentado comigo. E eu acho engraçado ela ter comentado isso porque para mim é muito normal/natural que ele ande bem. Mas na sala dele tem uma menina do mesmo mês, que não é tão segura e firme quanto ele. Como acompanhei muito de perto o desenvolver do andar dele, ainda comentei com a professora que ele só andou quando ele tinha certeza de que iria conseguir. Tanto que não me lembro do primeiro passo. Lembro dele avançar, a cada dia, na sua segurança, nos seus passinhos e no desenvolver do seu andar.

O Arthur foi adotado como o chaveirinho da professora, que é declaradamente apaixonada por ele. Tanto que ele, segundo ela, só almoça com ela e ontem como outra criança pediu para que ela desse o almoço, ela pediu ajuda de outra pessoa. Segundo ela, ele almoçou, mas ficava o tempo todo procurando por ela com os olhos.

Achei bacana ver pais na reunião. Tinha 2. Numa turma de poucas crianças, achei um número substancial. Houve uma pequena bateção-de-papo do tipo meu filho se comporta assim, seu filho se comporta assado e etc. Foi bacana e até queria ter ficado mais na sala de aula conversando com os outros pais, mas como o Arthur tem apresentado alguns comportamentos rebeldes em relação às trocas de fralda acabei saindo da sala para conversar com a babá, que o troca diariamente.

No fim, valeu como experiência, valeu pelo relatório, mas frustrou pelo conteúdo da reunião em si. Quem sabe na próxima eu não vá com tanta expectativa e ache a reunião melhor.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ansiosa é a mãe!

O menino ainda nem completou 1 ano e meio e a mãe já pensa e faz planos para a festa de 2 anos - há meses.

Ainda estamos em setembro e a mãe já pensou no presente de natal que o Arthur vai dar. Não só pensou como pesquisou e fez cotações.

Mal raiou setembro e a mãe já pensa na mensagem e cartão de natal que vai fazer em nome do Arthur.

Agora, me diz: Ansiosa é a mãe, ou não?

terça-feira, 4 de setembro de 2012

TEASER: Escova, escova, escova os dentes


Em breve, mais uma produção da Mamãe Coruja Filmes.

sábado, 1 de setembro de 2012

A escola e os efeitos colaterais

Então que não passamos totalmente ilesos da tal adaptação escolar e nem mesmo desta novidade. Como era de se esperar ele está há dias com o nariz escorrendo. No final de semana passado tinha melhorado, no começo da semana estava bem, mas no meio da semana, voltou! Assim como a tosse seca. Ok, ele está convivendo com outras crianças e como o sistema imunológico não está formado, por estas eu já esperava.
 
O sono também desandou. Somada à novidade, eu estava de férias e ele estava com os horários mais folgados para dormir. Ia para a cama entre 21h e 21h30. Não passávamos tanto do horário, mas isso se refletia em toda uma rotina alterada. Férias. Eu me permiti. Mas a novidade bagunçou o sono mesmo dele. Passou a acordar várias vezes à noite, coisa que ele fez só quando voltei a trabalhar e depois quando desmamou. Ou seja, quando algo mudou radicalmente, ele bagunçou o sono. Então, como está na escola, sem ninguém conhecido, etc e tal, o sono virou uma bagunça. Arthur chega a acordar 4 vezes por noite e viva minhas olheiras que não param de crescer. Quando ele acorda uma ou duas vezes, eu me vanglorio. Confesso que já esperava esta alteração também, como já aconteceu outras vezes, era possível que acontece agora também. Um pouco de paciência e mais uns 15 dias e estará tudo normal. Assim espero.
 
Do efeito colateral que eu jamais esperava: ele, agora, só quer colo. Em casa, hoje, só queria colo. A avó me disse que de tarde, todos os dias, também está assim: colo, colo, colo. Difícil fazer as coisas em casa deste jeito. Vamos tentando contornar e alterar este novo comportamento. Dia 11 temos reunião escolar, e quero mencionar sobre isso. Percebi nos dias que fiquei na escola na fase de adaptação que a professora o carrega muito. E Arthur, desde que foi para o chão, prefere mil vezes o chão do que o colo. Mas agora ele só quer colo. Não sei o que fazer.
 
Entre as coisas muito boas está que ele diminuiu bastante de bater e que está comendo super bem. Tanto na escola quanto em casa. Em casa, aos finais de semana, estou procurando manter os horários da escola - salvo a hora de acordar. Arthur comeu lanche, almoçou e dormiu no mesmo horário que na escola. Assim mantenho uma mesma rotina em casa e na escola. E continuo torcendo pelo dia que ele vai ficar na escola sem chorar. Esta semana, na quinta-feira, quase conseguimos. Ele foi para o colo da professora, mas logo em seguida começou a chorar. Seguimos tentando, sem desistir.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

As férias acabaram e o Arthur vai à escola

Segunda-feira foi meu último dia de férias. Por isso, combinamos que ele iria mais tarde para a escola, mas ficaria até às 13h - seu horário normal. Meu medo (e o da professora) era de que ele não se alimentasse. Ele chorou, mas mesmo assim eu fui embora.

Coração apertado, mas com as últimas coisas a resolver, fui embora e pronto. Mas fiquei de prontidão para receber uma ligação e voltar à escola. Não ligaram e às 13h fui buscar. Ele tinha acabado de acordar de uma soneca pequena, apenas 30 minutos, mas tinha ficado bem.

Para alívio geral, comeu bem e ficou bem.

Na terça-feira, foi no horário normal, fez chantagem com beijinhos e abracinhos na mamãe, mas mesmo assim ficou na escola. Ficou chorando, mas fui embora com o coração na mão. Liguei depois da aula de espanhol, e ele estava calmo. A música continua sendo a forma mais usada para entreter o pitoco. Comeu bem o lanche e o almoço. A vovó e a madrinha foram buscar e ele estava dormindo. Foi só ouvir a voz da madrinha que acordou imediatamente.

Hoje ficou aos prantos e gritos, mas saí enquanto a professora o distraía. Cheguei no trabalho e telefonei e estava tudo bem. Como é dificil. Acho que os primeiros dias vão ser muito difícieis mesmo. Eu estava em férias, ele ficava comigo muito tempo e ele está em um lugar totalmente estranho. Enfim, paciência e perserverança. Se até dezembro continuar chorando todo santo dia, talvez seja o caso de reavaliar. Veremos. Mas continuamos na saga escolar.

domingo, 26 de agosto de 2012

1 ano e 5 meses

Com a saga da adaptação escolar, acabei nem escrevendo sobre o mêsversário do Arthur, que foi na sexta-feira. Pois bem, Arthur completou 1 ano e 5 meses e continua tão sapeca quanto antes.
 
Este mês, ele resolveu soltar a língua e já começa a tentar dizer o que dizemos, mas nem sempre consegue. Às vezes, o som soa parecido, às vezes, saem apenas um grunhido com mais ou menos a mesma intonação ou, ainda, com a mesma quantidade de sílabas. Está fofo e engraçado isso.
 
Com a língua solta começou a chamar vovó e vovô, titia e, finalmente, papai, que sai como papá. E é só falar que algum objeto não pode mexer porque é do papai que ele sai repetindo, infinitamente, papá, papá, papá e enche a boca pra falar - a coisa mais linda. Também fala ovo e uva e, nesta semana, começou a falar um mamã que mais parecia mamão. Aí repetia para ele: mamã ou mamão e ele soltava ora mamã ora mamão, conforme sua própria escolha. Fofo! (Tá, tá, corujices, entendi!)
 
Quer escalar tudo e continua um rebelde quando leva nãos. Bate, briga, chora, se joga, esperneia. Sério. Ou melhor, de tirar. Mas vamos indo. Como anda batendo MUITO, mesmo. Resolvemos mudar a tática. Falar calmamente que não pode bater, se repetir em seguida vai para o chão, sentado, de castigo, até ficar calmo. Acalmou, avisa o motivo do castigo (porque bateu na mamãe, porque bateu na vovó, etc), abraça e repete que não pode bater. Já melhorou, mas continuamos na luta.
 
Com o indicador dentro da boca, mostra como se escovam os dentes. Com a língua de fora e arfando, mostra como se faz o cachorro. Responde xixi em tom tímido quando perguntamos o que o pipi do Arthur faz. E, agora, caminhamos a passos largos para um ano e meio. Um ano e meio, gente. Isso é de assustar! Mas bora lá para mais um mês de fofuras, birras, manhas e aprendizados.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Adaptação: 4º dia e acabou a semana

Hoje o dia foi infinitamente melhor. Por causa de uma noite super mal dormida por causa da sinusite que me pegou de jeito desde quarta-feira, acabamos nos atrasando (demorei a levantar e fiz tudo em slow motion). Chegamos na escola às 8h30 - a hora do lanche, mas Arthur tinha tomado quase toda a mamadeira e estava sem fome. Ou seja, não comeu o lanche. Mas não chorou a ser deixado com a turma. Demorou mais de quinze minutos para chorar e demorou para parar. A solução encontrada foi ligar o rádio e colocar a música para tocar. E então, como num passe de mágica, ele parou de chorar e se entregou ao ritmo. Professora foi ótima, afinal em 3 dias percebeu que meu toquinho AMA música e encontrou uma boa escapatória para o chororô.

Hoje, como já disse, foi muito melhor. Depois de colocarem música, as responsáveis da escola passaram por mim e comentaram achando graça que o Arthur gostava muito de música. Como estava no celular resolvendo coisa do trabalho, só pude sorrir e fazer um comentário breve. Depois, veio a professoora dizendo: - Seu filho tem um vício: música. E veio me explicar a situação. E fiquei lá. De castigo na sala da diretora, me sentindo uma criança levada.

Hoje tive mais parecer das situações. Algo como: olha, está tudo bem, ele está assim ou assado. Coisa que não fizeram ontem e me deixou lá, praticamente à toa sentada e esperando. Hoje, soube de tudo e fiquei bem mais tranquila e satisfeita.

Ainda ouvi choros dele, mas não fui chamada e nem trouxeram ele. Depois, a professora veio me avisar que ele seria trocado, então se ouvisse choros, o motivo já estava explicado. Mas não ouvi os choros e quase na hora de ir embora fui ao banheiro e encontrei a professora com ele no colo, deitado em seu ombro me trazendo ele de volta, antes que ele dormisse. Fui ao banheiro enquanto ela me esperou com ele e me disse que ele foi muito bem hoje. Melhor do que nos outros dias. Está se enturmando melhor, ficou mais tempo no tanque de areia com as outras crianças e depois foi para o parque. Me contou que não comeu o lanche, mas como tinha mamado tarde foi compreensível.
 
Perguntei dos choros que ouvi e ela me informou que os choros foram por motivos normais: disputa de brinquedo, bronca e nãos. Enfim, motivos que crianças choram. E fiquei tranquila.
 
Na segunda-feira, vai ser quase vida normal. Vou levá-lo mais tarde, mas ele vai ficar até a hora do almoço normalmente e eu vou para casa. Vou alugar uns filmes, mesmo que isso signifique deixar os filmes e sair correndo para a escola para socorrê-lo. Agora, é torcer para dar tudo certo, já que na terça-feira, eu volto a trabalhar.
 
Mas a missão foi cumprida: Arthur na escola!



Adaptação: 3º dia

Foi o dia mais difícil para mim. Como não chorou no segundo dia, achei que fosse ser um dia tranquilo. No entanto, ele chorou e eu, com dor no coração, não fui até ele. Esperei atenta aos seu choro que vinha dos fundos da escola. Mas não trouxeram ele para mim. Andaram com ele pela escola até que ele se distraiu e parou de chorar.

E eu fiquei pensando que eu vou voltar a trabalhar e ele vai chorar e talvez nem fique sabendo. E pensei mais que nem sempre que ele me quiser por perto eu estarei por n motivos. E chorei inconsolada por pensar quantas lágrimas ele vai derramar e eu não vou enxugar e quantas outras vai derramar e eu sequer vou saber. E isso me doeu lá no fundo. Apesar de saber que assim é a vida.

Além do que ontem me senti um tanto abandonada pela escola - ja que ninguém veio dar satisfação do choro dele e de não o trazarem com as lágrimas. Enfim, adaptação é isso: para filho e (muito mais) para mãe.