quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Colo de mãe

Há dias você me pede colo para dormir e eu cedo. Ontem você se aninhou de um jeito que me fez desejar de alma que você coubesse nele para sempre.

Então, desejei que meu colo fosse sempre o suficiente para te acalmar. E que suas dores fossem para sempre pequenas como as de hoje; quando o meu colo é o bastante para te alentar e fazer com que suas lágrimas parem de rolar. Hoje, eu conheço e reconheço suas dores: sono, fome, um tombo, um dedo machucado ou uma topada. Mas eu sei que um dia isso vai mudar e suas dores serão maiores do que hoje e, talvez, maiores do que você. Tem dores, filho, que são imensas. Muito maiores do que você é hoje e, infelizmente, muito maiores do que meu colo

Não queria nunca que você as sentisse, mas sou incapaz de permitir que assim seja. Porque assim é a vida. Assim é o mundo. Cheio de desafios, truques e armadilhas.

Por isso não ouso lhe negar meu colo hoje. Enquanto algumas pessoas acham que isso é te mimar, eu defendo que isso é meu jeito de te amar. Mas pensando bem, hoje conclui que esse é o meu jeito egoísta de aproveitar que eu ainda sou seu único porto seguro.

Porque ainda tem isso, filho. Um dia eu não serei mais o único colo disponível para você porque um dia você terá amigos e amores que também lhe consolarão e saberão de suas dores muito mais e muito melhor do que eu ou até muito antes de mim.

E esse é mais um motivo para que eu aproveite esse colo mágico e egoísta que insisto em te oferecer toda vez que você estende os bracinhos e me chama mamãe.

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