terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Dois pra frente; um pra trás

Para mim, ser mãe de primeira viagem é como tatear no escuro. É como estar em casa e acabar a luz. A gente sabe onde está cada móvel, cada coisa, sabe por onde ir, mas ao se locomover chuta um pé de mesa, esbarra na cadeira ou então pisa no sapato que ficou no meio do caminho. Como mãe muitas vezes me sinto assim. 

Teoricamente eu sei o que fazer, como fazer, mas vez ou outra acabo topando em alguma coisa. E então eu recuo numa eterna valsa de dois pra frente e um pra trás.

Um exemplo típico de nossa valsa de avança e recua são com os programas sociais. Sempre carreguei o Arthur para os programas que achava possível. Às vezes, o programa flui bem. Às vezes, tenho que recuar. Às vezes, prefiro nem levá-lo. Em outros, prefiro nem ir. E assim seguimos.

Era ou não era um bebezico?
O primeiro evento social que fui com ele, ele era um bebezico de menos de dois meses. Fomos a um casamento. Saí da igreja na cerimônia para amamentar. Passei um bom tempo no banheiro o amamentando. Fomos embora logo. Mas fomos, para alegria de nossos amigos. 

Seguimos desde então no mesmo ritmo. O programa não é para criança, mas queremos ir, então ponderamos as condições climáticas, o local, o número de pessoas, nossa disposição de correr atrás dele, o horário, etc e tal. Como já disse, às vezes o programa é em um bar e encaramos. Às vezes, é na casa de um amigo e topamos. Às vezes, o tempo não ajuda e deixamos de lado ou então nossa disposição e paciência de correr atrás dele não é tão grande, então desistimos. Às vezes, o horário não bate com a rotina dele e também abrimos mão. Em eventos de grande porte, como casamentos, temos preferido deixá-lo com a vovó e aproveitamos sem preocupações.

Fomos, mas voltamos. Pelo menos, tentamos!
No final do ano passado, tentamos pela primeira vez viajar com a turma e levar o Arthur, mas a experiência foi desastrosa e não pretendo repetir tão cedo. Arthur é uma criança que tem uma rotina. Arthur é uma criança que não desliga. Somou muita gente, complicou. A rotina foi pro espaço e ele no pique só queria saber de bagunçar. Comer é perda de tempo. Eu fiquei neurótica e não consigo acompanhar o pique dele. O de todo mundo acaba, menos o dele. Não consegui. Foi uma tentativa, como muitas outras, mas foi preciso recuar. Nossa viagem durou menos de 24 horas. Foi ótimo ter tentado. Fomos, como sempre, muito bem recepcionados, mas o Arthur ainda não se adapta à mudanças de rotina dessa forma. Ou melhor, eu não consigo me adaptar à não rotina com ele.

Dois passos para frente; um para trás. É sempre assim: tentamos, se não conseguirmos, assumimos e recuamos. E somos felizes. Se der certo, ponto para todo mundo. Se não der, tentamos mais tarde. 

Programa de sábado: bar!
Até hoje, essa foi a melhor forma de conciliarmos nossa vida social com a condição de pais. Tem dado certo. Sempre dão um jeito de nos encaixar nos programas: desfazem planos, ligam a galinha pintadinha na TV, tocam violão, revezam no cuidado.

Então, amigos, muito obrigada por tudo que fazem para nos incluir nos programas: as mudanças de planos, as tvs ligadas na galinha pintadinha, os cuidados, o amor com nosso menino. Isso, com certeza, faz de nós pais mais felizes (e sociáveis).

Último progaram com ele na barriga: 5 dias antes de nascer
Aqui ele devia ter uns 5 ou 6 meses

Aos 11 meses

2 comentários:

  1. Com um filho como o Artur, fica fácil achar um monte de tia babona pra ajudar!!! :) Amamos vocês e queremos perto sempre ;)

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  2. Obrigada, obrigada e obrigada. Sempre. De coração. Também amo vocês e amo conseguir estar perto.

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